mostra que os sonhos e a crença no potencial criativo
do ser humano foram o combustível essencial para a
mudança das sociedades ao longo dos tempos. Por isso,
lutar por um mundo mais justo, tolerante, igualitário,
solidário e fraterno não pode ficar restrito a poucos. É
uma tarefa que compete a todos, independentemente
de nacionalidade, idade, etnia, cultura ou convicções
políticas, ideológicas e religiosas.
Apesar de acreditarmos que todos, desde os cha-
mados cidadãos comuns até os representantes dos
grandes conglomerados empresariais ou financeiros
— passando, é claro, pelas mais variadas instâncias de
poder —, têm a mesma responsabilidade nesse esforço
de construir um mundo melhor, é inquestionável o
papel que a educação exerce no processo de desenvol-
vimento social da humanidade. Por meio da educação,
é possível formar indivíduos aptos a ler a realidade e
capazes de interferir e modificar o mundo.
o papel da História
Como a disciplina de História pode participar do
processo de construção de um mundo melhor?
Por ser um instrumental para a compreensão das
experiências sociais, culturais, tecnológicas, políticas
e econômicas da humanidade ao longo do tempo, a
História tem papel fundamental na construção de um
mundo mais solidário, fraterno e tolerante. Por meio
da História, os alunos podem compreender e tomar
consciência de sua realidade social. Isso se concreti-
za, principalmente, quando eles percebem que seu
presente, ou seja, seu cotidiano, suas crenças, seus
valores, seus grupos sociais etc. integram um proces-
so intimamente ligado ao passado. É no passado que
estão as explicações de questões centrais de nossa
realidade, de como elas foram construídas, modifica-
das ou consolidadas.
De fato, o ensino de História não apenas contribui
para o desenvolvimento da consciência de cidadania do
aluno, mas também oferece instrumentos que servem
para a construção da própria identidade. Nas palavras
do historiador francês René Rémond: “O entendimento
do presente escapa a quem ignora tudo do passado e
que só é possível ser contemporâneo do seu tempo
tendo conhecimento das heranças, consentidas ou
contestadas”
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.
Percebendo-se como integrante da sociedade (com
a qual compartilha um passado e tem um presente em
comum), o aluno também irá assumir, gradativamen-
te, sua parcela de responsabilidade na construção do
presente.
Longe de reduzir o estudo da História a um presen-
teísmo
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desvinculado dos fatos históricos ou de dar
ao passado apenas um caráter utilitário, esse tipo de
articulação aponta para uma questão central: a de que
todos os atos humanos são históricos.
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