A partir do final do século XIX, o
sionismo,
movimento que defende a
criação de um Estado judeu na Palestina, ganhou força na Europa. Para os
sionistas, a Palestina é a terra prometida por Deus ao povo hebreu. Nessa
época, entretanto, a região estava sob o domínio do Império Turco Otomano
e era habitada majoritariamente por árabes muçulmanos.
Financiados por
poderosas famílias judaicas, aproximadamente 12 mil famílias de judeus se
fixaram na Palestina a partir do fim do século XIX.
O convívio pacífico entre judeus e árabes seria posto em risco a partir
da Primeira Guerra Mundial. O governo inglês obteve ajuda dos chefes das
comunidades árabes para expulsar os turcos otomanos da região.
Em troca,
prometeu apoiar a formação de um grande reino árabe que se estenderia da
península Arábica até parte da Síria.
Entretanto, os governos da In-
glaterra e da França fizeram um
acordo secreto que determinava a
divisão dessas regiões
do Oriente
Médio igualmente entre os dois
países. Ao mesmo tempo, os in-
gleses garantiram o amparo da
comunidade judaica internacio-
nal em troca do apoio na criação de um Estado judeu na Palestina.
Com o
fim da Primeira Guerra Mundial, em 1918, a Palestina passou a ser
administrada pelos britânicos e recebeu levas cada vez maiores de imigrantes
judeus. O fluxo aumentou ainda mais nos anos 1930, depois que o regime na-
zista na Alemanha iniciou uma perseguição implacável à comunidade judaica
(releia o Capítulo 4).
Sentindo-se ameaçados
com esse afluxo, os árabes-palestinos passa-
ram a hostilizar colônias e cidades judaicas. Ao mesmo tempo, as informa-
ções sobre o extermínio de judeus nos campos de concentração nazistas
comoveram a opinião pública
no mundo todo, abrindo caminho para ini-
ciativas mais agressivas
do movimento sionista.
Formaram-se desde
or-
ganizações que introdu-
ziam judeus na Palestina
sem a autorização das
autoridades inglesas até
grupos que promoviam
ações terroristas
contra
alvos árabes e ingleses
na região.
Muitos dos primeiros imigrantes sionistas organiza-
ram fazendas
coletivas na Palestina, os
kibutzim, nos quais
compartilham as mesmas moradias, refeições, escolas,
etc. O modelo, de caráter coletivista, persiste ainda hoje.
VOCÊ SAbiA?
Sobreviventes do nazismo, 450
judeus chegam
ao porto de Haifa,
na Palestina, em junho de 1946, e
exibem uma faixa com os dizeres:
“Mantenham os portões abertos.
Nós não somos os últimos.”.
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