“Milagre” econômico
Enquanto o Estado ceifava vidas entre os opositores do regime, a econo-
mia dava sinais de recuperação e entrava em um período
de intenso cresci-
mento. Assim, os “anos de chumbo”, foram também caracterizados pelo que
ficou conhecido como “milagre econômico”.
A partir de 1967, o PIB cresceu a uma média de aproximadamente 11% ao
ano, uma das maiores taxas do mundo. A base desse desenvolvimento eram
os investimentos do governo em obras de infraestrutura e a expansão do
mercado interno e das exportações.
Por meio de empresas estatais – somen-
te no governo Médici surgiram 70 delas – o
governo investia em setores básicos
da eco-
nomia, como as áreas de telecomunicações
e geração de energia. Foram construídas
obras de custos extremamente elevados,
como a hidrelétrica de Itaipu, na fronteira
do
Brasil com o Paraguai, a ponte Rio-Ni-
terói e a rodovia Transamazônica.
Empréstimos obtidos a juros baixos em
bancos estrangeiros garantiram o aporte
financeiro para a expansão
industrial, mas
triplicaram a dívida externa brasileira en-
tre 1967 e 1972.
A oferta de mão de obra barata trouxe
muitas multinacionais para o Brasil. Com
a política de facilitação do crédito ao con-
sumidor, as classes médias passaram
a ter
acesso a automóveis e eletrodomésticos. Já
a população mais pobre sofria com o acha-
tamento dos salários.
O governo civil-militar explorou os bons resultados da economia. Foram
lançadas campanhas para fixar a imagem do Brasil como uma “grande po-
tência econômica”, alimentada por
slogans como “Ninguém segura este país”
e “Pra frente, Brasil”, “Brasil: ame-o ou deixe-o”. Nesse contexto, a vitória da
seleção brasileira
de futebol na Copa do Mundo de 1970 no México,
foi ampla-
mente explorada pelo regime, com o intuito de criar uma imagem ufanista
entre a população.
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