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Aliança Nacional Libertadora surgiu em março de 1935,
e tinha como
presidente de honra o líder comunista Luís Carlos Prestes. O Partido Comu-
nista do Brasil (PC do B) tinha grande ascendência sobre a ANL, mas o mo-
vimento reunia em suas fileiras grupos de variadas tendências: socialistas,
liberais, anti-integralistas,
intelectuais independentes, estudantes e ex-te-
nentistas descontentes com o autoritarismo do governo Vargas.
Seu programa político era nacionalista e anti-imperialista. Entre suas prin-
cipais bandeiras estavam a suspensão do pagamento da dívida externa, a nacio-
nalização de empresas estrangeiras e a reforma
agrária.
A ANL cresceu rapidamente, chegando
a reunir entre 70 mil e 100 mil filiados, segundo
estimativas do historiador Robert Levine. Qua-
tro meses depois de fundada,
foi declarada ilegal
pelo presidente Vargas. A partir de então, seus
militantes passaram a agir na clandestinidade.
Em novembro de 1935, setores da ANL li-
gados ao PC do B lideraram, sob orientação da
Internacional Comunista, insurreições mi-
litares nas cidades de Natal, Recife e Rio de
Janeiro, com o intuito
de tomar o poder e im-
plantar o comunismo no Brasil.
Mal articulados, os levantes fracassaram
e a
Intentona Comunista, como ficou conhe-
cido o episódio, levou o presidente a decretar
estado de sítio e determinar a prisão de mais
de 6 mil pessoas –
entre as quais um senador
e quatro deputados.
Entre os detidos encontravam-se Luís
Carlos Prestes (posteriormente condenado a
dezesseis anos de reclusão) e sua mulher, a
judia alemã Olga Benário. Ela, grávida de sete
meses, foi deportada para a Alemanha nazis-
ta em setembro de 1936, onde morreu em um
campo de concentração em 1942.
Cartão-postal com propaganda
anticomunista editado
provavelmente na década de
1930. Ao mostrar um capataz com
chicote e revólver,
a imagem
propaga a ideia de que nos países
comunistas vigorava o regime de
trabalho forçado.
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Prisioneiros são encaminhados ao presídio da Ilha das Flores (Rio de Janeiro) após
Intentona Comunista. Foto de 1935.
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