Fascismo na itália
Aliados tardios das nações vencedoras da Primeira Guerra Mundial, os
italianos não obtiveram compensações territoriais importantes após o fim do
conflito, como a anexação de alguma das antigas colônias alemãs na África ou
das regiões mais próximas nos Bálcãs. Assim, não valeu a pena ter entrado na
Guerra, levando-se em consideração a grave crise econômica, a inflação, a ca-
restia e o desemprego decorrentes do conflito. Essa situação favoreceu vários
movimentos sociais e de trabalhadores em revoltas contra o governo.
Em 1919, um ex-combatente, Benito Mus-
solini (1883-1945), fundou o Fascidi Combatti-
mento, um grupo nacionalista de extrema
direita. Eles defendiam a instauração de um
governo forte e autoritário capaz de conter os
grupos de esquerda (comunistas e socialistas)
e de pôr fim às greves e manifestações operá-
rias (liberais).
Com cerca de 320 mil adeptos no início
dos anos 1920, os Fascidi Combattimento conta-
vam com os camisas negras – milícias arma-
das e uniformizadas com camisas pardas –,
que agiam cruelmente contra os opositores:
assassinavam militantes de esquerda, dissol-
viam manifestações operárias e intimidavam
políticos de orientação democrática, tudo sob
o olhar complacente do governo do rei Vítor
Emanuel III.
Em 1921, os Fascidi Combattimento se unifi-
caram em torno da autoridade de Mussolini e
constituíram o Partido Nacional Fascista. Sua
base de apoio era formada, sobretudo, por de-
sempregados, ex-combatentes, integrantes da
classe média, industriais e proprietários de
terra temerosos de que a Itália se transformas-
se em palco de uma revolução comunista. Nas
eleições parlamentares de 1921, 35 fascistas
foram eleitos deputados. Entre eles, Mussolini.
Em 1922, numa demonstração de força, cerca de 30 mil camisas negras,
sob a chefia de Mussolini, invadiram a capital italiana, ocupando prédios
públicos e estações ferroviárias. O episódio ficou conhecido como Marcha
sobre Roma. Dois dias depois, o fascismo chegaria ao poder: o rei Vítor Ema-
nuel III convidou Mussolini para ocupar o cargo de primeiro-ministro, que
ele ocupou até sua morte, após o fim da Segunda Guerra Mundial.
Gradativamente, Mussolini ampliou seus poderes e se impôs como dita-
dor. O Partido Nacional Fascista tornou-se o partido único, todos os outros
foram extintos. O governo também passou a censurar os meios de comuni-
cação e suprimiu o direito de greve. Todas as organizações que não tinham
inclinações fascistas tornaram-se ilegais. No início dos anos 1930, o duce (guia,
em português), como era conhecido Mussolini, já centralizava todo o poder.
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Militantes fascistas, os chamados
“camisas-negras”, marcham em
estrada italiana que dá acesso a
Roma, em 1922.
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O período entreguerras e a ascensão do totalitarismo
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CAPÍTULO 4
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