Guia de Livros Didáticos – PNLD 2010
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A procura por relações entre o passado e o presente apresenta grande importância na
obra. Entretanto, toda a riqueza da experiência humana que teve e tem lugar em zonas do
estado, afastadas de Salvador e do Recôncavo, como no Sertão
das Lavras, no extremo oeste,
no extremo sul, no norte, foi mencionada de forma superficial no único capítulo que trata da
ocupação do sertão baiano - e ainda relacionada à seca e à miséria.
Os
pressupostos pedagógicos recebem tratamento mais cuidadoso e um pouco mais
extenso a partir da premissa geral de que o professor é pensado como um mediador e,
por isso,
é estimulado a apropriar-se do livro de forma autônoma. As estratégias pedagógicas permitem a
construção de conceitos históricos fundamentais e o desenvolvimento das habilidades cognitivas
mais importantes para o conhecimento da História, tais como a memorização, a observação e
a compreensão de imagens e textos, a análise, a síntese e a formulação de hipóteses.
As fontes escritas e visuais são apresentadas com bastante propriedade e bem articuladas
aos temas nos quais são apresentadas. O uso adequado das fontes e das atividades é um
elemento que valoriza os textos de articulação dos capítulos.
As posturas éticas e de
cidadania são abordadas, quase sempre,
de modo indireto, já que
não existem seções ou textos que tratam especificamente destas temáticas. Contudo, em
vários capítulos, tanto nos conteúdos quanto, principalmente, nas atividades, elas aparecem.
As questões relativas às relações étnico-raciais recebem maior atenção, o que é condizente
com a grande importância que tem esta questão atualmente.
Em vários momentos, geralmente através de atividades que propõem o estabelecimento
de relações entre o passado e o presente, apresentam-se questões
referentes à discrimina-
ção e preconceito e às desigualdades sociais que afetam as populações afrodescendentes e
indígenas. Algumas ilustrações relativas à escravidão são muito marcantes, mas são tratadas
num enfoque adequado, sem reforçar preconceitos ou estereótipos.
O
Manual do Professor tem deficiências, sobretudo, na discussão teórico-metodológica
e na ausência de discussão aprofundada sobre o conceito de região. Todavia, no que tange à
Estrutura do Livro e a questões como a
Avaliação,
Propostas de Trabalho e à
Organização dos
capítulos, tem méritos e consegue apresentar interações significativas em relação ao livro do
aluno, enriquecendo-o e explorando suas potencialidades.
O
projeto gráfico-editorial garante os elementos indispensáveis ao conforto da leitura.
Há adequação dos aspectos gráficos ao público escolar nessa faixa etária. Cada capítulo é
apresentado com um texto que recupera elementos do anterior e, na sequência, é dividido
em textos menores, separados por seções, como
Interagindo com o texto e
Resgate Histórico,
sendo possível manter o fluxo da leitura e intercalar com as atividades.
Há uma boa apresentação visual e qualidade de impressão,
mas algumas imagens pode-
riam receber melhor tratamento, tornando-se mais nítidas. Apresenta mapas com as divisões
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políticas atuais e nem sempre informa sobre as mudanças históricas nos territórios e suas
fronteiras, como em um mapa que indica a trajetória percorrida por Cabral ao cruzar o Atlântico,
onde são apresentadas as divisões territoriais atuais da Europa, África e Américas.
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