Guia de Livros Didáticos – PNLD 2010
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isso, a participação dos diversos grupos sociais na formação e no
desenvolvimento do estado
do Rio de Janeiro é minimizada.
Há grande quantidade de imagens clássicas, amplamente utilizadas nos livros didáticos de
História. Além dessas imagens, há outros tipos de iconografia, como fotografias, desenhos,
charges, propaganda publicitária e mapas históricos. Busca estabelecer
o acesso a diversas
fontes e formas de linguagem, especialmente no que tange à leitura imagética. Ressalva-se
que há a utilização de mapas com limites territoriais contemporâneos para retratar a ocupação
da América Portuguesa e da cidade do Rio de Janeiro na época colonial.
O
projeto pedagógico propõe a construção do conhecimento histórico a partir das lei-
turas dos vários gêneros textuais apresentados e o estudo dos acontecimentos históricos e
suas conjunturas, alternando-os com a valorização das realidades vividas pelos alunos. Tal
proposta é
parcialmente concretizada, pois está centrada, fundamentalmente, em atividades
de descrição e memorização.
Ainda assim, observam-se atividades que consideram a reflexão crítica. As análises que pro-
blematizam os conteúdos
apresentados, as sugestões de atividades reflexivas e que valorizam
os conhecimentos prévios dos alunos são elementos positivos das estratégias adotadas.
O livro não traz itens específicos sobre
cidadania. A abordagem se faz em decorrência
de conteúdos, como as lutas entre portugueses e indígenas e escravidão. Evidencia a
presença feminina na configuração da sociedade fluminense atual. Destacam-se aspectos
da cultura popular.
Os temas dedicados à etnia indígena são apresentados em dois momentos: no período
anterior à conquista e durante o processo de colonização, deixando de explorar melhor a inser-
ção indígena no Rio de Janeiro na atualidade. Os africanos e afrodescendentes são
tratados
durante a escravidão e no período pós-abolição. Há debates pontuais sobre a permanência do
preconceito racial.
O
Manual do Professor pode ser considerado um ponto forte na obra. Informa sobre a
avaliação formativa e a existência de critérios importantes, como a observação sistemática
e a autoavaliação. Indica uma série de sugestões complementares de atividades para cada
capítulo, o que pode ser objeto eventual de processo avaliativo. Sugere
que os alunos redijam
seus próprios relatórios, destacando o que sabiam antes, o que aprenderam, como participaram
das atividades sugeridas e quais as dificuldades encontradas.
Nas sugestões sobre o desenvolvimento da metodologia, há propostas
que indicam a valo-
rização do local de atuação pelo professor, como a realização de visitas guiadas às instituições
culturais da cidade e o registro das manifestações culturais praticadas nos municípios. Nesse
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sentido, apresenta, ao final do Manual, um
Apêndice: Relação de museus e centros culturais
do estado do Rio de Janeiro.
O
projeto gráfico é coeso, assim, as diferentes seções que o compõem são facialmente
identificadas, além de os recursos gráficos disponíveis permitirem uma leitura confortável.
Alguns textos são longos, e, em certos momentos, a linguagem está para além da capacidade
de compreensão dos alunos dessa faixa etária.
Há uma utilização profusa de imagens, ressalvando-se as dimensões
de algumas delas,
pois possuem uma diagramação inadequada, dificultando a leitura e a realização das atividades
propostas. As legendas nem sempre têm as referências completas. Todos os mapas respeitam
as convenções cartográficas.
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