identificar e analisar criticamente as transformações locais, condição fundamental
para o desenvolvimento da
cidadania e da emancipação.
No campo da Geografia, considera-se fundamental que o aluno desenvolva as habilidades necessárias para
fazer a leitura crítica do espaço geográfico. Vivemos num período histórico em que crianças, jovens e adultos
desenvolvem uma pseudo-percepção do espaço geográfico com base nos referenciais obtidos,
sobretudo, por
meio da mídia, em especial da televisão e da internet. Diante disso, evidencia-se a necessidade de repensar a
relação da escola com a sua realidade imediata e “distante”, marcada pelas profundas transformações do espaço
e do tempo.
Cada vez mais, há diferentes espaços e diferentes tempos que se sobrepõem e se inter-relacionam,
redefinindo a importância do ensino de Geografia, principalmente no sentido de (re)educar o olhar e a capacidade
de observação, descrição, análise e síntese dos conteúdos geográficos. Em outras palavras, deve-se
possibilitar
que a comunidade escolar seja sujeita e autora de conhecimento, e não apenas objeto e reprodutora deste,
sobrepondo-se,
portanto, às percepções resultantes do campo midiático.
Freire (2001) afirma que a escola precisa ajudar os alunos a avançar na capacidade de abstração, sair do senso
comum, torná-la capaz de estabelecer as pontes entre a “leitura do mundo” e a “leitura dos livros”, entre o coti-
diano
e os conceitos, que são ferramentas para fazer a leitura de outras realidades. Trataremos mais adiante dos
conteúdos e conceitos de Geografia que contribuem nesse sentido.
A respeito das habilidades necessárias para a leitura crítica do mundo, destacamos:
Mais do que reproduzir dados, denominar classificações ou identificar símbolos, estar formado para a
vida,
num mundo como o atual, de tão rápidas transformações e de tão difíceis contradições, significa
saber se informar, se comunicar, argumentar, compreender e agir, enfrentar problemas de qualquer
natureza, participar socialmente, de forma prática e solidária, ser capaz de elaborar críticas ou propostas
e, especialmente, adquirir uma atitude de permanente aprendizado. (BRASIL, 2002, p. 6)
Dentre as muitas possibilidades metodológicas para desenvolver estas habilidades e valores, inevitavelmente
encontra-se
o estudo do meio, que será objeto de nossa atenção no item a seguir.
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