latino-americanos, ele se mostrou mais agudo, justamente naqueles países em que a economia apresenta maior grau
de
complexidade, ou seja, no Brasil, Argentina e México.
O pagamento dos juros e outras taxas decorrentes das dívidas externas (o chamado Serviço da Dívida)
praticamente
inviabilizou a aplicação de recursos em planos de desenvolvimento interno. Muitos países não tiveram outra saída senão
contrair novos empréstimos, que só são concedidos seletivamente e se o país endividado permitir o “gerenciamento” de
sua economia por órgãos como o Fundo Monetário Internacional (FMI), que sofrem influência dos países do Primeiro
Mundo, especialmente dos Estados Unidos. Esse “dinheiro novo” destina-se ao pagamento de débitos do Serviço da
Dívida,
e somente uma pequena parte, se sobrar, é aplicada em planos de desenvolvimento do país.
O problema da dívida tornou-se mais complexo nos anos 1980, quando, além de afetar o relacionamento entre países
e instituições econômicas internacionais, levou inúmeros países latino-americanos a determinadas situações-limite de
caos econômico-social.
Se, durante a década de 1980, a América Latina marcou passo no campo econômico, no campo político
assistiu a
uma verdadeira “festa da democracia”. No final da década, as ditaduras, tanto civis como militares, espécie de marca
registrada
dos regimes latino-americanos, tinham praticamente desaparecido do continente.
Fonte: OLIC, Nelson Bacic.
Geopolítica da América Latina. São Paulo: Moderna: 2004. p. 25-27.
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