terceirização
outsourcing, como também é
chamada, consiste no repasse de determinadas atividades de produção (consideradas pelas
grandes corporações não estratégicas) a empresas contratadas, que deverão realizá-las de acordo
com os padrões de qualidade estabelecidos pela contratante. Atualmente, diversas multinacionais
terceirizam, por exemplo, os serviços de atendimento ao cliente – os chamados
call centers
–,
deixando-os a cargo de empresas especializadas da Índia, já que nesse país boa parte da população
fala inglês fluente e a mão de obra é sensivelmente mais barata que nos países de origem das
grandes corporações.
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Subhash Sharma/Zumapress/Corbis/Latinstock
Grandes indústrias, seguradoras e também redes de comércio varejista, como lojas de departamentos dos Estados Unidos e da
Europa, contratam os serviços de
call centers
indianos. Na foto, empresa de atendimento ao cliente sediada em Mumbai, na
Índia, em 2014.
Dessa forma, a produção, a distribuição e a comercialização de uma mercadoria (ou um serviço)
criada por uma multinacional são realizadas em parceria com diferentes empresas, muitas vezes
localizadas em países distintos (veja o caso da Adidas, no boxe abaixo).
Cabe ressaltar que o processo de fragmentação e de terceirização do processo produtivo está
diretamente relacionado à existência de uma infraestrutura tecnológica e logística (equipamentos
e
software
para a transmissão de informações em tempo real, veículos especializados para o
transporte de cargas e passageiros, máquinas e equipamentos industriais de precisão) resultante
da atual revolução técnico-científica.
O alcance global de uma marca
A exploração de mercados em todo o planeta envolve a criação de complexas redes de fornecimento
para permitir o transporte de matérias-primas até as unidades de fabricação e depois levar o produto
até os atacadistas, varejistas e consumidores finais.
O Adidas Group, por exemplo, terceiriza mais de 95% da produção de calçados, roupas e acessórios para
fabricantes instalados sobretudo na Ásia. Em 2007, essa operação envolveu cerca de 377 parceiros –
que também contratavam outras empresas. Além disso, a Adidas tem fábricas próprias na Alemanha,
Suécia, Finlândia, Estados Unidos, Canadá, China e Japão.
Ainda na mesma cadeia de fornecimento, a Adidas contrata os serviços da Pittards, empresa inglesa
especializada em produtos de couro inovadores e de alta qualidade, que trabalha para os grandes
fabricantes de luvas, calçados, equipamentos esportivos e artefatos de luxo. [...] A Pittards importa peles
em estado bruto de países como a Etiópia, a Nigéria e o Sudão, e outras matérias-primas e componentes
químicos de fornecedores situados na Jordânia, Iêmen, Indonésia, Brasil, Peru, Nova Zelândia e Estados
Unidos. Depois exporta o couro processado para mais de 30 países. [...]
POWELL, Sarah.
Globalização. São Paulo: Publifolha, 2010. p. 30.
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