Os efeitos da migração
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), em 2013, cerca de 232 milhões de pessoas em
todo o mundo viviam fora de seu país de origem. Somente nas nações da União Europeia, há
aproximadamente 60 milhões de imigrantes, boa parte proveniente dos países do Leste Europeu.
A maioria dos imigrantes é composta de trabalhadores que periodicamente enviam uma parcela de
seus ganhos aos familiares que permaneceram na terra natal. As remessas de dinheiro para os
países subdesenvolvidos feitas pelos imigrantes que vivem em países mais ricos constituem o
segundo maior fluxo mundial de capitais, inferior apenas às operações financeiras efetuadas nas
bolsas de valores do planeta.
Sascha Schuermann/Getty Images
Imigrante turco trabalhando como pedreiro em Colônia, Alemanha, em 2015.
Estima-se que, anualmente, cerca de 300 bilhões de dólares sejam injetados na economia dos
países subdesenvolvidos na forma de remessas enviadas por trabalhadores migrantes que vivem
no exterior. O Brasil, por exemplo, recebe todos os anos aproximadamente 3 bilhões de dólares
remetidos por brasileiros que vivem sobretudo no Japão, nos Estados Unidos e em países da União
Europeia. Ainda que o envio de valores tenha um efeito benéfico para a economia dos países de
origem dos trabalhadores migrantes, a saída de uma parcela significativa da mão de obra adulta
qualificada desses países pode acarretar uma série de problemas. Leia o texto a seguir.
Fuga de cérebros ameaça países africanos
A fuga de cérebros da África é uma das maiores ameaças ao mais pobre continente da Terra. O êxodo de
profissionais com diploma universitário, tão escasso por ali, é estimulado pelos mesmos países ricos que
dizem querer ajudar no crescimento africano.
[...]
Anualmente, 70 mil africanos subsaarianos vão fazer seus estudos universitários fora do continente – a
maioria não volta; 40 mil africanos com PhD vivem no exterior. Ainda que imigrantes com nível superior
sejam apenas 2,5% do total de africanos que moram no exterior, o êxodo de médicos, engenheiros e
professores tem um impacto muito maior.
[...]
Dois em cada cinco imigrantes de países como Benin, Tanzânia, Zimbábue, Camarões e Malaui têm
diploma universitário. Metade da população de Uganda
e
Quênia com diploma superior vive fora de seu
país.
LORES, Raul Juste.
Folha de S.Paulo, 13 maio 2007. Disponível em:.
Acesso em: 16 mar. 2016.
Vicente Mendonça
Página 199
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