partida onde habitualmente se situava a história da arte – das inter-
rogações ao objecto artístico, às interrogações acerca das condições
de produção do próprio objecto artístico. Uma das propostas da his-
toriadora da arte britânica Griselda Pollock consistiu em reescrever
as perguntas que a história da arte faz ao seu objecto de estudo
43
.
42.
Rosa Bonheur, a artista francesa que alcançou uma enorme notoriedade
na Europa do século XIX, constitui um caso curioso de filha de um artista ligado
à comunidade de Saint-Simon, que tinha ideias especialmente progressistas em
relação às mulheres: “O meu pai, (...) repetiu-me muitas vezes que a missão da
mulher era elevar a raça humana, que ela era a Messias dos séculos futuros.
Devo às suas doutrinas a ambição nobre e grandiosa que atribuo ao sexo que
orgulhosamente afirmo como sendo o meu, e cuja independência defenderei até
morrer (...)”, Anna Klumpke, Rosa Bonheur: Sa vie, son oeuvre (Paris: Flammarion,
1908), p. 311.
43.
Griselda Pollock, Differencing the Canon. Feminist desire and the writing of
art’s histories
(Londres e Nova Iorque: Routledge, 1999); Griselda Pollock, ed.,
Generations and Geographies in the Visual Arts. Feminist
readings (Londres e Nova
Iorque: Routledge, 1996); Vision and Difference. Femininity, feminism, and the histories
of art
(Londres: Routledge, 1988). Tanto quanto sei, o único texto de Griselda
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