A A RTE S E M H I STÓ R I A
40
Capa
do livro The Power of Feminist Art. The American movement of the 1970s,
history and impact de Norma Broude e Mary D. Garrard, 1994.
Algumas artistas decidem mesmo trabalhar especificamente sobre
as suas congéneres do passado, criando uma genealogia cultural das au-
sências, como exemplifica a instalação denominada
The Dinner Party, de
Judy Chicago, hoje exposta na Elizabeth A. Sackler Center for Feminist
Art, uma ala do Brooklyn Museum em Nova Iorque dedicada somente
a arte feminista. Numa complexa e intrincada teia de referências a mu-
lheres ilustres do passado e ao feminino em geral, onde também se en-
contram alguns nomes de mulheres portuguesas, a instalação realizada
entre 1974 e 1979 tornar-se-ia um ícone do trabalho de vanguarda leva-
do a cabo pelas artistas feministas suas contemporâneas
23
. No entanto, e
apesar da obra de Chicago se ter tornado
talvez no exemplo mais citado
da denominada arte feminista dos anos 70, pelo seu valor simbólico e
também pelo papel desempenhado pela própria artista na construção
teórica do feminismo e na organização de um programa universitário
sobre arte feminista, convém não ignorar a quantidade de trabalho ino-
vador produzido por outras artistas que, afastando-se radicalmente do
Arte
(Madrid: Ediciones Cátedra, 2003), pp. 92-104; Jo Anna Isaak,
Feminism &
Contemporary Art. The revolutionary power of Women’s Laughter
(Londres
e Nova
Iorque: Routledge, 1996); Andrea Liss,
Feminist Art and the Maternal (Londres:
University
of Minnesota Press, 2009).
23.
Gail Levin,
Becoming Judy Chicago. A biography of the artist (Nova Iorque:
Harmony Books, 2007); Viki D. Thompson,
Judy Chicago. Trials and tributes, introd.
de Lucy R. Lippard (Tallahassee, FL: Florida State
University Museum of Fine Arts,
School of Visual Arts & Dance, c. 1999), Catálogo de Exposição.
41
modernismo que influenciara todo o século XX, empreenderam os no-
vos caminhos da “arte contemporânea”. Muitas outras, como Mary Beth
Edelson, sediada em Nova Iorque também durante este período, com-
binaram a prática artística de cariz feminista com o activismo politizado
de associações como a
Woman Art Coalition (WAC).
Compartilhe com seus amigos: