A A RTE S E M H I STÓ R I A
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dos compêndios gerais, quer dos programas de ensino universitário.
Por coincidência ou não, nesse mesmo ano de 2007, a megaconfe-
rência anual da associação de historiadores da arte norte-americana
(CAA-College Art Association) dedicou um destaque especial às in-
tervenções feministas na arte e na história da arte através das
Feminist
Art Project Special Sessions. Com a participação de nomes destacados
do movimento, sobretudo norte-americanos, as conferências consti-
tuíram-se numa reflexão sobre o passado e o presente. Na sua inter-
venção, Mira Schor referiu como o conhecimento feminista nos EUA
continuava a ser caricaturado e ainda não tinha sido integrado na cul-
tura dominante
341
. Também em 2007, a
Documenta de Kassel, um dos
mais importantes acontecimentos de arte contemporânea, que tem
lugar na Alemanha de cinco em cinco anos, pela primeira vez apresen-
tou 50% de mulheres artistas, num gesto político consciente que já ti-
nha sido ensaiado noutros eventos artísticos internacionais. Em 1999,
por exemplo, o comissário da Bienal de Veneza, Harald Szeemann, já
estabelecera que, pelo menos, 30% dos artistas convidados fossem
mulheres
342
. Estes gestos de grande relevância simbólica e política
continuam, no entanto, a ser contestados em todas as áreas, mesmo
quando são levados a cabo por homens, como foi visível quando José
Luis Zapatero escolheu um Governo em que metade dos ministros
eram mulheres e metade eram homens.
Dois anos depois, a França respondeu aos desafios norte-ame-
ricanos de 2007 com uma exposição feita apenas com obras da co-
lecção do Centre Pompidou, uma das maiores da Europa no campo
da arte moderna e contemporânea. A mostra
elles@centrepompidou.
Artistes Femmes dans la Collection du Musée National d’Art Moderne foi
também uma forma de a instituição revelar ao público o resultado de
alguns anos de política afirmativa de compra de obras feitas por mu-
lheres
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