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Durante muito tempo, a história da arte portuguesa também per-
maneceu impermeável a formas visuais para além do triunvirato da es-
cultura, pintura ou arquitectura – como seja a fotografia, nas suas múlti-
plas manifestações oitocentistas ou na sua prática contemporânea –, ou
mesmo à arte contemporânea, que era mais estudada em departamentos
de ciências da comunicação ou filosofia do que de história da arte. No
entanto, se neste aspecto tudo aponta para uma enorme mudança, sub-
siste a convicção de que uma análise feminista se enquadra apenas nos
estudos de género ou na sociologia (ou, quanto muito, da sociologia da
arte), mas não da história da arte. Discordamos desta posição e pensa-
mos que os caminhos críticos da história da arte das últimas décadas já
provaram que este
também é um olhar da história da arte. Há, no entanto,
nos últimos anos, um claro despertar crítico da história da arte portu-
guesa em relação a estes temas, mesmo que, por vezes, ainda disperso e
fragmentado em conferências e artigos escritos sob diferentes perspecti-
vas, mas centrados, sobretudo, em estudos de caso
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