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7.
As “reservas” da história da arte
portuguesa:
problemas e possibilidades
Os crivos da história
São inúmeras as questões que, sob uma perspectiva feminista, se po-
deriam colocar em relação ao Portugal artístico de vários períodos
históricos. Começaremos por referir alguns temas em relação aos
séculos XIX e XX, mais como exemplos da multiplicidade de abor-
dagens possíveis do que por acharmos que eles são mais relevantes
do que outros. Como é que o aumento significativo de mulheres
artistas no século XIX (no caso nacional, já em finais do século) foi
percebido pelos artistas e pelas instituições da arte? Como é que a
crítica de arte, nos muitos jornais que foram fundados nesta altura,
respondia ao trabalho de artistas que eram mulheres? Haveria uma
literatura periódica dedicada à criatividade feminina? Será que esta li-
teratura se centrava apenas nas artes decorativas ou nos denominados
lavores femininos, ou lhes abria a possibilidade de experimentarem
as “artes maiores”? A cidade do Porto é um caso especialmente rico
para o fenómeno das mulheres burguesas e aristocratas que se de-
dicaram à pintura, e algumas de forma profissional
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