149
bem a mulher artista que trabalha a partir da sua experiência de ser
mulher, do seu corpo visível e invisível
197
. Hoje, ela é claramente
mais conhecida do que o marido, Diego Rivera. A sua obra passou
a ocupar um lugar de destaque nas paredes do MoMa, mas também
nas monografias baratas da Taschen, em livros de ficção ou nos fil-
mes hollywoodescos que têm contribuído para a iconização popular
de artistas como Picasso, Vermeer, Pollock, Van Gogh ou, mais re-
centemente, Klimt e Modigliani. Mais recentemente, a Zara, a gran-
de cadeia de roupa de nacionalidade espanhola, comercializou uma
série de
T-shirts em que os retratos de Frida Kahlo eram o elemento
comum, em mais um exemplo de iconolatria que já foi objecto de
crítica num livro de Patricia Mayayo
198
.
Fotografia de Vieira da Silva no
atelier do Boulevard Saint-Jacques, 1953.
Fotógrafo não-identificado, Centro de Documentação e Investigação,
Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva.
197.
Tal como acontece com Artemisia Gentileschi ou Camille Claudel,
também os dramas da vida de Frida Kahlo podem ajudar a explicar o interesse
suscitado nas narrativas ficcionadas sobre as suas vidas: Alexandra Lapierre, “The
‘Woman Artist’ in Literature: Fiction or Non-Fiction?”, Italian Women Artists from
Renaissance to Baroque
(Washington, D.C.: National Museum of Women in the
Arts; sVo Art, 2007), Catálogo de Exposição, pp. 75-81, p. 76.
198.
Patricia Mayayo, Frida Kahlo: Contra el mito (Madrid: Ediciones Cátedra,
2008).
Compartilhe com seus amigos: |