A A RTE S E M H I STÓ R I A
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Afinal, aquelas que tivessem talento não precisavam da escola para o
provar, um argumento muito usado noutros contextos também do pre-
sente
191
. Quando finalmente, em 1896, e depois de muitas contrarieda-
des e discussões, a
École abre as suas portas às mulheres, e apenas par-
cialmente, o lugar da própria
École no mundo artístico de Paris já deixara
de ser central no percurso de um artista
192
. Em finais do século XIX, a
crescente complexidade do contexto artístico parisiense baseava-se na
existência de vários centros, de vários movimentos e grupos artísticos e
de vários espaços de compra, de escrita sobre arte, de venda e visualiza-
ção de obras de arte.
Fotografia de Sarah Affonso no seu estúdio, Paris, 1924.
Cortesia da família da artista.
Paradoxalmente, aquilo que se pensaria ser benéfico para as mu-
lheres – uma maior atenção ao individualismo, uma menor importân-
cia das instituições – nem sempre o foi, pois as novas formas de legi-
timação continuaram a favorecer a conjugação das ideias de “mulher”
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