Ferran Adrià
Ferran Adrià
Ferran
Adrià
No raiar dos anos 90, no pujante mundo da alta gastronomia, era
praticamente um consenso que a Nouvelle Cuisine tivesse esgotado
qualquer possibilidade de uma outra grande revolução nos fogões
e que seus princípios norteariam a cozinha do futuro. Também era
quase inquestionável que a França se mantinha senhora absoluta
dessa arte e seguiria exportando-a para o resto do planeta sem que
nenhuma outra nação lhe fizesse sombra. Nada indicava qualquer
sinal de mudança no horizonte, até que surgiu Ferran Adrià.
Nascido em 14 de maio de 1962, em Hospitalet de Liobregat,
cidadezinha dos arredores de Barcelona, na Espanha, o chef catalão
Ferran Adrià Acosta é um autodidata sem tradição familiar no
ramo, que, muito mais por acaso que por vocação, aos dezoito anos
de idade, para ganhar um dinheiro extra nas férias, começou a
trabalhar na cozinha lavando pratos.
De lá pra cá, ele se tornou um mito, com um séqüito de admiradores
e seguidores espalhados pelo mundo todo. Seus livros tornaram-se
best-sellers.
Mais que a uma cozinha de base mediterrânea e concepções
futuristas, Adrià gerou uma nova cultura gastronômica baseada no
produto, no trabalho e na técnica. Para a revista Time americana,
ele revolucionará a cozinha do século 21; a revista Business Week
o incluiu entre os 50 líderes das grandes mudanças na Europa no
século passado; Paul Bocuse declara aos quatro ventos que com
Adrià se inicia algo verdadeiramente novo; o grande Jöel Robuchon
o considera seu herdeiro natural.
Gênio, mago, surpreendente, instigante, inovador, polêmico. Algum
desses adjetivos, quando não todos, sempre surgem quando o tema
é Ferran Adrià, o chef que vem virando a culinária de cabeça para
baixo com sua cozinha totalmente fora dos padrões conhecidos,
batizada de “desconstruída”, ou da “desconstrução”
Nela, cores, aromas, texturas e sons jogam continuamente com a
imaginação. O impacto visual é forte. A cada minuto um matiz
diferente se apresenta. O degustar tem ritmo e provoca sensações
indescritíveis. Tudo é inusitado - os coquetéis têm diversas
temperaturas e texturas, as sopas são sólidas; os ravioles explodem
na boca provocando uma sensação líquida; pratos complexos como
a paella são sintetizados num único grão que você come e sente
o exato gosto de uma paella; as gelatinas são quentes. o sorvete
é salgado... Cada um dos canapés, entradas, pratos e sobremesas
que integram o menu degustação de Ferran Adrià constitui uma
provocação para os sentidos.
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