Para saber a verdade sobre o seu progenitor, o narrador “filho da cozinha” tem de sair e também aqui se dá uma desmitologização da figura do pai, pois quem encontra é alguém que não faz a mínima ideia do que fez à cozinheira por ocasião do primeiro soufflé. E, de soufflé em soufflé, chegamos às revelações finais: a governanta tinha ciúmes da cozinheira – “Então, essa é que era a verdade! A desprezível governanta só transmitiu metade da mensagem!” (página 80 do presente volume)
Finalmente, qual opereta, há uma espécie de “da capo” que é, para o narrador, revelador da verdadeira natureza do duque: “Ele aproxima-se, sorrateiro, por detrás dela, o dedo indicador contra os lábios, exprimindo cautela e silêncio”. A repetição quase exata do gesto original trai o duque, revelando a sua verdadeira identidade.
“É, compreendem, a altura de colocar o tempero. E agora a caiena vai em quantidade suficiente. Nem mais um grão. Hurra! Este soufflé vai ficar - aceno com o círculo que fiz com o indicador e o polegar, simulo um beijo.”
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