Carter desmitologiza a idealização da figura materna, o que se verifica, por exemplo, em “O Filho da Cozinha”, em “Nossa Senhora do Massacre” e, um pouco também em “Os Assassínios de Fall River”.
A obra de Carter inclui regularmente descrições de mulheres, embora irónicas ou parodísticas que atravessam representações míticas convencionais. É crítica de noções como o Eterno Feminino, a mãe benevolente ou destruidora (Abby, a madrasta de Lizzie Borden, ou a “mãe” índia algonquina de “Nossa Senhora do Massacre”, que é ambas), a virgem e prostituta, que é o caso da protagonista desta última short story, que começa a narrativa como virgem, torna-se prostituta involuntariamente, acaba por alcançar a redenção numa terra chamada Virgínia; é destruída pela sua “mãe” adotiva e acaba por ser de novo castigada com a acusação de, precisamente, prostituição.
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