(TOLEDO, Roberto Pompeu de. Revista Veja. Ensaio. São
Paulo. Editora Abril. Ano 38, Nº- 32, 10 de agosto de 2005.
p.142)
Assinale a alternativa que apresenta exemplo de verbo
usado no sentido figurado caracterizando predicado
nominal.
a) “‘Vamos inocentar!’”
b) “‘eles vão ter que engolir’”
c) “O presidente Lula tem andado exaltado em seus
pronunciamentos.”
d) “… quando despejou sua famosa frase…”
e) “… ‘ninguém tem mais moral e ética’ do que ele…”
75) (IBMEC-2006)
JUVENTUDE ENCARCERADA
“Não adianta vocês fazerem rebeliões e quebrarem tudo
porque dinheiro para realizar reformas e prendê-los
aparece repidamente”. Ao fazer essa declaração em
caráter informal a um adolescente que cumpria medida
sócio-educativa de internação, jamais poderia imaginar
que essa mensagem passaria a nortear suas atitudes dali
em diante.
As experiências vividas em unidades de internação e de
semiliberdade do Degase (Departamento Geral de Ações
Sócio-Educativas), órgão responsável pelos adolescentes
em cumprimento de medidas sócio-educativas no Estado
do Rio de Janeiro, respaldam minhas palavras sobre o
tema em voga na mídia: a redução da maioridade penal
para 16 anos.
Poderia falar de vários fatos para justificar a minha opinião
contrária à redução da maioridade penal e também da
adoção do Direito Penal Juvenil. Ambas, a meu ver,
destoam das conquistas da sociedade brasileira garantidas
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pelo Estatuto da Criança e do Adolescente e por outros
diplomas.
Adolescentes são apresentados à sociedade como
mentores de crimes hediondos, traficantes perigosos,
perturbadores da ordem pública e outras qualificações que
em nada renovam as expressões utilizadas no início do
século passado para justificar o encarceramento de
adolescentes oriundos de classes populares.
A triste conclusão a que chego é a de que, infelizmente,
não há um plano de inclusão na sociedade brasileira para
essa enorme população de crianças e adolescentes
originários das classes menos favorecidas. Portanto,
surgem como alternativas o encarceramento, o extermínio
e a exploração sexual e do trabalho dessa população.
Estamos sensibilizados com a dor dos pais dos jovens
assassinados em São Paulo, no Rio de Janeiro, no
Maranhão e em todos os recantos deste Brasil onde
crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos são
assassinados diariamente por pessoas de todas as classes
sociais que se organizam em quadrilhas para ceifar vidas
pelos motivos mais fúteis.
Quando tomo conhecimento de notícias envolvendo
adolescentes e até mesmo crianças pergunto-me: quem
estará semeando o desamor nesses corações? Por que não
conseguimos impedir que os mentores dessa tragédia
continuem atuando? Por que servimos banquetes a
corruptos? Por que não anistiamos os adolescentes que
cometeram atos leves e não reincidiram para que
possamos cuidar com responsabilidade de casos mais
graves? Por que as instituições responsáveis pelo
atendimento não têm atenção devida do estado e de toda
a sociedade?
“— É verdade, seu Sidney, para prender a gente o dinheiro
aparece rapidinho. Eu não me meto nessa furada. Eu vou é
pra escola.”
Ele foi para a escola, não aconteceu a rebelião e a
sociedade ganhou mais um crítico do sistema. Jogado no
sistema penitenciário, aquele jovem não teria tempo para
desenvolver sua consciência crítica. Reduzir a maioridade
penal significa, também, anular a possibilidade de
corrigirmos nossas falhas pelo desrespeito aos direitos de
todas as crianças e adolescentes do Brasil.
(Silva, Sidney Teles da. “Revista Ocas” saindo das ruas.
Número 19, fevereiro de 2004, p. 30)
O uso de verbos e pronomes na primeira pessoa do plural,
no sexto parágrafo, evidencia, analogicamente, que o
“nós” é equivalente a:
a) o Estado.
b) o sistema penitenciário.
c) a sociedade.
d) as instituições responsáveis.
e) a família.
76) (IBMEC-2006)
Assinale a alternativa correta quanto ao
emprego das formas verbais.
a) Para vires à minha casa, é preciso que vires à direita logo
que vires a creche municipal.
b) O advogado interviu no depoimento posto que as
acusações voltavam-se contra seu cliente.
c) Aceitaremos a proposta se ela nos convir.
d) Pagarei minha dívida se eu reaver a soma roubada.
e) O lançamento errado será facilmente encontrado se
todos refazerem as contas.
77) (IBMEC-2007)
Não há erro de conjugação verbal na
alternativa
a) Os ambientalistas vêm com bons olhos as causas
indígenas.
b) Por falta de oportunidade, o funcionário não interviu
nos comentários do consultor.
c) Se a testemunha depor a favor do réu, certamente ele
será absolvido.
d) Eles reaveram tudo o que tinham perdido.
e) Se eu dispusesse de algum dinheiro, poderia ajudá-lo.
78) (IBMEC - SP-2007)
Verbos defectivos não têm a
conjugação completa.
Leia atentamente os períodos a seguir e assinale a
alternativa em que o verbo, por ser defectivo, não pode
ser conjugado na l.ª pessoa do singular do presente do
indicativo, nem no presente do subjuntivo.
a) Creio que eu ________ mais que isso. (valer)
b) Como presidente desta organização, eu
______________ o 1.° artigo do Regimento. (abolir)
c) Eu sempre coube neste lugar. Por que dizem que eu não
________ agora? (caber)
d) Eu me ___________a todo instante. (contradizer)
e) Hoje mesmo eu ___________ minha matrícula nesta
escola. (requerer)
79) (IBMEC - SP-2007)
Samba do avião
(Tom Jobim)
Minha alma canta
Vejo o Rio de Janeiro
Estou morrendo de saudades
Rio, seu mar, praias sem fim,
Rio, você foi feito pra mim
Cristo Redentor
Braços abertos sobre a Guanabara
Este samba é só porque
Rio, eu gosto de você
A morena vai sambar
Seu corpo todo balançar
Rio de sol, de céu, de mar
Dentro de um minuto
estaremos no Galeão
Rio de Janeiro,
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Rio de Janeiro,
Rio de Janeiro,
Rio de Janeiro,
Cristo Redentor
Braços abertos sobre a Guanabara
Este samba é só porque
Rio, eu gosto de você
A morena vai sambar
Seu corpo todo balançar
Aperte o cinto vamos chegar
Água brilhando, olha a pista chegando
E vamos nós
aterrar
Levando em consideração o contexto, de acordo com a
norma culta, os versos "Aperte o cinto vamos chegar/ Água
brilhando, olha a pista chegando", deveriam ser
substituídos por:
a) Aperta o cinto vamos chegar/ Água brilhando, olhe a
pista chegando
b) Aperte o cinto vamos chegar/ Água brilhando, olhe a
pista chegando
c) Aperte o cinto vamos chegar/ Água brilhando, olha a
pista chegando
d) Aperta o cinto vamos chegar/ Água brilhando, olha a
pista chegando
e) Apertas o cinto vamos chegar/ Água brilhando, olhas a
pista chegando
80) (IBMEC - SP-2007)
Luísa, ao voltar para casa, veio a
refletir naquela cena. Não - pensava -, já não era a primeira
vez que ele mostrava um desprendimento muito seco por
ela, pela sua reputação, pela sua saúde! Queria-a ali todos
os dias, egoistamente. Que as más línguas falassem; que as
soalheiras a matassem, que lhe importava? E para quê?...
Porque enfim, saltava aos olhos, ele amava-a menos... As
suas palavras, os seus beijos arrefeciam cada dia, mais e
mais!... Já não tinha aqueles arrebatamentos do desejo em
que a envolvia toda numa carícia palpitante, nem aquela
abundância de sensação que o fazia cair de joelhos com as
mãos trêmulas como as de um velho!... Já se não
arremessava para ela, mal ela aparecia à porta, como
sobre uma presa estremecida!... Já não havia aquelas
conversas pueris, cheias de risos, divagadas e tontas, em
que se abandonavam, se esqueciam, depois da hora
ardente e física, quando ela ficava numa lassitude doce,
com o sangue fresco, a cabeça deitada sobre os braços
nus! - Agora! Trocado o último beijo, acendia o charuto,
como num restaurante ao fim do jantar! E ia logo a um
espelho pequeno que havia sobre o lavatório dar uma
penteadela no cabelo com um pentezinho de algibeira. (O
que ela odiava o pentezinho!) Às vezes até olhava o
relógio!... E enquanto ela se arranjava não vinha, como nos
primeiros tempos, ajudá-la, pôr-lhe o colarinho, picar-se
nos seus alfinetes, rir em volta dela, despedir-se com
beijos apressados da nudez dos seus ombros antes que o
vestido se apertasse. Ia rufar nos vidros - ou sentado, com
um ar macambúzio, bamboleava a perna!
E depois positivamente não a respeitava, não a
considerava... Tratava-a por cima do ombro, como uma
burguesinha, pouco educada e estreita, que apenas
conhece o seu bairro. E um modo de passear, fumando,
com a cabeça alta, falando no "espírito de madame de tal",
nas "toaletes da condessa de tal"! Como se ela fosse
estúpida, e os seus vestidos fossem trapos! Ah, era
secante! E parecia, Deus me perdoe, parecia que lhe fazia
uma honra, uma grande honra em a possuir...
Imediatamente lembrava-lhe Jorge, Jorge
que a amava com tanto respeito! Jorge, para quem ela era
decerto a mais linda, a mais elegante, a mais inteligente, a
mais cativante!... E já pensava um pouco que sacrificara a
sua tranqüilidade tão feliz a um amor bem incerto!
Enfim, um dia que o viu mais distraído, mais frio, explicou-
se abertamente com ele. Direita, sentada no canapé de
palhinha, falou com bom senso, devagar, com um ar digno
e preparado: Que percebia bem que ele se aborrecia; que
o seu grande amor tinha passado; que era portanto
humilhante para ela verem-se nessas condições, e que
julgava mais digno acabarem...
Basílio olhava-a, surpreendido da sua solenidade; sentia
um estudo, uma afetação naquelas frases; disse muito
tranqüilamente, sorrindo:
- Trazias isso decorado!
Luísa ergueu-se bruscamente; encarou-o, teve um
movimento desdenhoso dos lábios.
- Tu estás doida, Luísa?
- Estou farta. Faço todos os sacrifícios por ti; venho aqui
todos os dias; comprometo-me, e para quê? Para te ver
muito indiferente, muito secado...
- Mas meu amor...
Ela teve um sorriso de escárnio.
- Meu amor! Oh! São ridículos esses fingimentos!
Basílio impacientou-se.
- Já isso cá me faltava, essa cena! - exclamou
impetuosamente. E cruzando os braços diante dela: - Mas
que queres tu? Queres que te ame como no teatro, em
São Carlos? Todas sois assim! Quando um pobre diabo ama
naturalmente, como todo o mundo, com o seu coração,
mas não tem gestos de tenor, aqui del rei que é frio, que
se aborrece, é ingrato... Mas que queres tu? Queres que
me atire de joelhos, que declame, que revire os olhos, que
faça juras, outras tolices?
- São tolices que tu fazias...
- Ao princípio! - respondeu ele brutalmente. - Já nos
conhecemos muito para isso, minha rica.
E havia apenas cinco semanas!
- Adeus! - disse Luísa.
(Eça de Queirós, O primo Basílio)
Analise as formas verbais destacadas nos fragmentos a
seguir:
I.
“E já pensava um pouco que sacrificara a sua
tranqüilidade tão feliz a um amor bem incerto!”
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II.
“Que percebia bem que ele se aborrecia; que o
seu grande amor tinha passado...”
É correto afirmar que
a) todos os verbos estão conjugados no pretérito
imperfeito do modo indicativo e expressam a idéia de ação
concluída.
b) “pensava”, ao contrário de “sacrificara”, expressa, no
texto, uma ação habitual no passado.
c) os dois verbos destacados no enunciado I expressam
eventos posteriores à fala da personagem.
d) “sacrificara” está conjugado no mesmo tempo verbal
que “tinha passado”: pretérito mais que perfeito do modo
indicativo.
e) “percebia” reforça a noção de simultaneidade e
“aborrecia” revela a idéia de anterioridade a “tinha
passado”.
81) (IME-1996)
a) Nas frases a seguir há erros ou
impropriedades. Reescreva-as e justifique a correção.
"A polícia não interviu a tempo de evitar o roubo."
b) "Havia bastante razões para confiarmos no teu amigo."
82) (IME-1996)
Nas frases a seguir há erros ou
impropriedades. Reescreva-as e justifique a correção.
a) "Se você requeresse e o seu amigo intervisse, talvez
você reavesse esses bens."
b) "A algum tempo, São Paulo era quasi uma provincia."
83) (IME-1996)
Nas frases a seguir há erros ou
impropriedades. Reescreva-as e justifique a correção.
a) "Enviamos anexo os dados solicitados por V. Sa. e nos
colocamos à vossa inteira disposição para qualquer outros
pedidos."
b) "O diretor havia aceito a tarefa de reformar a escola."
84) (ITA-2002)
O trecho publicitário a seguir apresenta
uma transgressão gramatical bastante comum:
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