O PMAQ-AB como
avaliação de si e dos
efeitos de diversas ações e
programas
O PMAQ-AB é, também, um processo de
avaliação do grau de implantação de diversas
ações propostas por ele próprio e por pro-
gramas de tantas outras áreas que integram
a Política Nacional de Saúde (PNS). Segundo
Pinto, Sousa e Florêncio
(2012)
, o PMAQ-AB
induz, avalia e acompanha a implantação e
o desenvolvimento, ao mesmo tempo, de di-
versas outras ações que compõem a PNAB,
exatamente as mais estratégicas, que, por
esse motivo, foram priorizadas no programa.
Isso se dá, justamente, por combinar, num
desenho cíclico e continuado, ações de au-
toavaliação
(BRASIL, 2011C; 2011D)
, monitoramen-
to de indicadores
(BRASIL, 2011C)
e avaliação de
processos implantados e resultados alcança-
dos
(BRASIL, 2011C; 2011E)
.
Destacaremos alguns processos que são for-
temente estimulados pelo PMAQ-AB para per-
ceber tanto como ele teve capacidade de indu-
zir a implantação e/ou desenvolvimento desses
processos nas EqAB participantes quanto
como ele permite acompanhar a evolução do
que ele induz e avalia. Elegemos três grupos de
padrões considerados prioritários pelo progra-
ma: o planejamento pelas EqAB de suas ações
de mudança; a implantação do acolhimento
com avaliação de risco e vulnerabilidade; e a
implantação pela gestão municipal de apoio
institucional às equipes
(BRASIL, 2011C; 2011D; 2011E)
.
É importante lembrar que os padrões foram
divulgados antes da realização da avaliação
(BRASIL, 2011E)
, justamente para induzir o esforço
das EqAB e gestões municipais de implantação
dos padrões que seriam posteriormente objeto
da Avaliação Externa.
O PMAQ-AB estimulou que as EqAB, após
a realização da autoavaliação, recortassem de
forma interessada os problemas e priorizas-
sem, planejassem, pactuassem e acompanhas-
sem as ações de mudança
(BRASIL, 2011C; 2011D)
.
Na Avaliação Externa do 1º ciclo, na pergun-
ta ‘nos últimos 12 meses a equipe realizou algu-
ma atividade de planejamento de suas ações?’,
86,6% das EqAB responderam que sim, sendo
que 72,4% delas mostraram o documento que
continha o plano formulado, e 85,6% referiram
ter recebido apoio da gestão local para a ativi-
dade. Mais um exemplo de indução de esforço
combinado entre EqAB e gestão.
Consideremos agora os dados relaciona-
dos à implantação do acolhimento com ava-
liação de risco e vulnerabilidade, ação que
exige muita mobilização e esforço cotidia-
no das equipes de atenção e gestão por ser
a introdução no cotidiano do serviço de um
dispositivo permanente de organização do
acesso e do processo de trabalho.
A Avaliação Externa mostrou que 80% das
equipes disseram ter implantado o acolhi-
mento, passando a fazer a escuta e a avalia-
ção de toda a demanda, 92,2% destas mostra-
ram reserva de vagas de consultas na agenda
para garantir retaguarda aos casos agudos,
mas só 47,8% demonstraram a existência de
protocolos de avaliação de risco e vulnerabi-
lidade para orientar essa avaliação.
Também no questionário eletrônico,
aplicado aos gestores
(PINTO, 2013)
, temos evi-
dências não só de resultados dessa implan-
tação como também do quanto as mesmas
foram decorrentes do PMAQ-AB, uma vez
que as perguntas pediram uma comparação
entre as situações anterior e posterior ao 1º
ciclo do PMAQ-AB.
Compartilhe com seus amigos: |