SAÚDE DEBATE | RIO DE JANEIRO, V. 38, N. ESPECIAL, P. 358-372, OUT 2014
PINTO, H. A.; SOUSA, A. N. A.; FERLA, A. A.
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respeito aos números do processo de adesão.
Aderir ao PMAQ-AB envolve a contratuali-
zação de compromissos firmados entre as
EqAB e os gestores municipais, e desses com
o MS, num processo que deve envolver pac-
tuação regional, estadual e o controle social
(BRASIL, 2011C)
. Trata-se de
dispositivo que convoca ao envolvimento e
protagonismo dos diversos atores e amplia
a possibilidade de construção de ambientes
participativos dialógicos, nos quais gestores,
trabalhadores e usuários se mobilizam para
se comprometerem com objetivos comuns
(PINTO; SOUSA; FLORÊNCIO, 2012)
.
Para as equipes, aderir significa assumir
o compromisso de seguir regras do progra-
ma e diretrizes organizantes do processo de
trabalho, que incluem: a implantação de pa-
drões de acesso e qualidade e de dispositivos
de gestão colegiada, autoavaliação, planeja-
mento e avaliação; ser monitorada por seis
meses a partir dos indicadores pactuados; e,
finalmente, passar por um processo de ava-
liação que inclui a realização da autoavalia-
ção, o desempenho nos indicadores moni-
torados e a avaliação in loco, realizada por
avaliadores do programa.
O Município, por sua vez, ao aderir, passa
a receber 20% do componente de qualida-
de do PABV por EqAB. Quando é realizada a
Avaliação Externa e concluída a certificação,
esse percentual, a depender do desempenho
alcançado por cada EqAB, pode ser interrom-
pido, no caso de desempenho insatisfatório,
manter-se em 20% ou aumentar para 60%,
chegando a 100%. O município deve implantar
e/ou qualificar os padrões de qualidade desta-
cados no programa; adequar-se às exigências
de informação e monitoramento; além de de-
senvolver ações de educação permanente e de
apoio às equipes em todas as ações e fases do
programa. A utilização dos recursos deve es-
tar associada ao custeio da AB naquilo que o
município julgue possuir potencial de contri-
buir para o avanço dos objetivos do programa,
de ações de educação permanente, passando
por melhorias das condições de trabalho até
a instituição de diferentes premiações por re-
sultados alcançados
(BRASIL, 2011B)
.
Encerrada a etapa de adesão do 2º ciclo do
PMAQ-AB, 5.070 (91%) municípios concluí-
ram a contratualização, ante 3.972 do 1º ci-
clo, evidenciando um grande incremento da
adesão municipal. Dado relevante é que ape-
nas 2% dos municípios que participaram do
1º ciclo não participaram do 2º
(SOUSA, 2013)
.
É importante destacar que, no 1º ciclo,
houve um teto previamente definido de
EqAB participantes, diferente do 2º, no qual
todas que quiseram puderam aderir. Além
disso, no 2º, puderam participar também
os Núcleos de Apoio de Saúde da Família
(NASF) e os Centros de Especialidades
Odontológicas (CEO). No quadro a seguir, te-
mos o resultado da adesão nos 1º e 2º ciclos,
o percentual de EqAB que participaram dos
Quadro 1. Demonstrativo da adesão de Equipes de Atenção Básica no primeiro e no segundo ciclos do PMAQ-AB
Fonte: Elaboração própria
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