67 – Wolin e Schaar, in op. cit, estão inteiramente certos: As leis estão sendo violadas porque as autoridades e
administradores universitários, assim como a própria congregação, perderam o respeito de muitos dos
estudantes”. Concluem eles: “Quando a autoridade se omite, entra o poder”. Também isto é verdadeiro,
porém não exatamente no sentido em que o proferiram. O que primeiro entrou em Berkeley foi o poder
estudantil, obviamente o mais forte poder em qualquer “campus” simplesmente porque os estudantes
predominam em número. Foi para sobrepujar esse poder que as autoridades recorreram à violência, e é
exigir respeito, que lhe é tão difícil lidar com o poder em termos não violentos. A Universidade hoje em dia
solicita à policia proteção exatamente como fazia a Igreja Católica anteriormente à separação entre Estado e
Igreja, que forçou-a apoiar-se apenas na autoridade. É talvez mais do que uma peculiaridade o fato de que a
mais severa crise da Igreja como instituição coincida com a mais severa crise da história da Universidade, a
única instituição secular ainda baseada na autoridade. Ambos podem de fato ser atribuídos à progressiva
explosão do átomo “obediência” cuja estabilidade era supostamente “eterna”, conforme observou Heinrich
Bõll a respeito da crise nas igrejas. Ver Es wird immer später, in Antwort an Sacharow, Zurique, 1969.
contraste com revoluções anteriores, um fato se reflete. Antes destes últimos anos, a contra-revolução
dependia geralmente do apoio dos poderes reacionários, que eram tecnicamente e intelectualmente inferiores
às forças da revolução. Isto mudou com o advento do fascismo. Agora, todas as revoluções poderão enfrentar
o ataque da mais moderna, mais eficiente e mais inclemente maquinaria existente. Tal coisa significa que a
era das revoluções livres para desenvolverem-se de acordo com as suas próprias leis está finda”. Estas
palavras foram escritas há mais de trinta anos atrás (The Spanish CocA:pit, Londres, 1937; Ann Arbor,
1963, pp. 288-289) sendo agora citadas, com aprovação, por Chomsky (op. cit., p. 310). Acredita ele que a
intervenção americana e francesa na guerra civil no Vietnam prova ser exata a predição de Borkenau, “com a
substituição do imperialismo liberal” pelo “fascismo”. Penso que este exemplo poderá provar o oposto.
70 – Raymond Aron, La Rivolution lntrouvable, 1968, p. 41.
71 – Stephen Spender, op. cit., p. 56, discorda: “O que era muito mais claro do que a situação revolucionária
(era) a não-revolucionária”. Pode ser “difícil pensar em uma revolução se realizando quando (...) todos
parecem particularmente bem humorados”, mas é isto que acontece no inicio das revoluções – durante o
grande êxtase inicial de fraternidade.
72 – Ver o apêndice XII
73 – Na Grécia antiga, uma tal organização de poder era a polis, cujo maior mérito, de acordo com Xenofonte era
de que permitia aos cidadãos atuar como guarda-costas uns dos outros contra escravos e criminosos de
maneira que nenhum das cidades morreria violentamente. (Hiero, IV, 3.)
74 – Can We Limit Presidential Power? in The New Republic, 6 de abril, 1968.
75 – Ver o apêndice XIII
76 – Ver o apêndice XIV
77 – Nikolas Tinbergen, “On War and Peace in AnimaIs and Man,” in Science 160: 1411 (28 de junho, 1968).
78 – Das Tier ais soziales Wesem, Zurique, 1953, pp. 237-238: “Wer sich in die Tatsachen vertieft ... der wird
festsfellen, dass die nelUn EinbliblicA:e in die Differenzienheit tierischen Treibens uns zwingen, mit
allzu,einfachen Vorstellungen von hOheren Tieren ganz entschieden aufzurii umen. Damit wird aber nicht
etwa-wie zuweilein leichtlin gefolgert wird-das Tierische dem Menschlichen immer mehr geniihert. Es zeigt
sich lediglich, dass viel mehr von dem, was wir von uns selbst A:ennen, auch beim Tier vorA:ommt”.
79 – Ver Erich von Holst, Zur Verhaltensphysiologie bei Tieren und Menschen, Gesammelte Abhandlungen, Vol. I,
Munique, 1969, p. 239.
80 – Para fazer face ao absurdo dessa conclusão, faz-se uma distinção entre instintos espontâneos, como por
exemplo, a agressão, e os impulsos reativos como a fome. Mas uma distinção entre a espontaneidade e a
reatividade não faz sentido em uma discussão sobre os impulsos inatos. No mundo da natureza não existe
espontaneidade, propriamente falando, e os instintos e impulsos manifestam apenas a maneira altamente
complexa pela qual todos os organismos vivos, inclusive o homem, adaptam-se aos seus processos.
81 – O caráter hipotético do trabalho de Konrad Lorenz On Agression (Nova Iorque, 1966) esclarece-se na
interessante coleção de ensaios editados por Alexander Mitscherlich sob o titulo Bis hierher und nicht weiter.
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