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Conclusões Gerais
e Projeções
1. Para começar as conclusões deste
esquema, faz-se necessário um escla-
recimento: foi apresentada uma obra panorâmica e, ao mesmo tempo, mui-
to crua. Isso significou “empobrecer” o pensamento sul-saariano, pelo menos
em três sentidos, e isso sem levar em conta a modesta condição do autor. Em-
pobreceu-se porque foi preciso selecionar algumas figuras; destas recorreu-
se apenas a alguns escritos e foi necessário simplificá-los para expô-los num
espaço muito breve. Não se trata, com certeza, de uma desculpa, mas sim de
uma condição do gênero “obra panorâmica”, como são os dicionários, os ma-
nuais e as enciclopédias.
A contrapartida a isso, e o gênero não se justificaria se fosse apenas empo-
brecedor, é a possibilidade de enriquecer tanto os autores, inclusive os não-se-
lecionados, quanto o conjunto do pensamento. O estabelecimento de conexões,
a determinação de etapas ou períodos e o destaque de linhas de trabalho que
atravessam pessoas, redes e instituições, entre outros aspectos, são elementos
que não se encontram na obra dos autores e vários destes só podem ser esta-
belecidos muito depois que eles (ou elas) tenham exposto suas idéias. Mostrar,
por exemplo, as projeções do pensamento de E. W. Blyden, como foi retoma-
do, reelaborado, discutido e ampliado, é devolver a Blyden algo que lhe foi re-
tirado, ao expô-lo tão sucinta e esquematicamente. Os que fazem estudos ei-
dólogos podem sublimar sua pequenez fazendo-se de juiz universal, e isso, se é