Civilização e Cultura na emergência do mundo burguês1
Pedro Giovanetti Cesar Pires - Brasil
Doutorando na Universidade de São Paulo, Programa de Pós-Graduação em Sociologia
Congresso ALAS 2015, Costa Rica
Resumo: O presente trabalho – fruto de uma dissertação de mestrado concluída em 2014 – busca explorar, a partir de uma análise do romance Os anos de aprendizado de Wilhelm Meister de Johann Wolfgang von Goethe, as diversas influências recíprocas entre literatura, a concepção de nação e os ideais de liberdade individual na Alemanha em fins do século XVIII. Partindo da reconstrução da antítese entre civilização e cultura feita por Norbert Elias, vemos como a literatura foi um dos principais canais de expressão da cultura burguesa alemã – então emergente e fragmentada –, bem como de oposição ao iluminismo francês, cujos postulados universalistas deslegitimavam as desigualdades culturais. Nesse romance, os conflitos entre indivíduo e sociedade, a luta por liberdade individual, se encontra configurada no embate entre os ideais universalistas do iluminismo francês e o ideal alemão de cultura. Essa antítese, entre o universalismo presente no conceito francês de civilização e a valorização das diferenças e particularidades no conceito alemão de cultura, nos leva à discussão de Georg Simmel sobre os conflitos que se desdobraram na modernidade – entre uma concepção universalista da liberdade contra a liberdade de se manifestar o que é particular.
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