1.
ABOLIÇÃO NA BERLINDA - AS VÁRIAS INTERPRETAÇÕES SOBRE
SUA HISTÓRIA.
A escravidão e sua respectiva extinção são temas recorrentes na produção intelectual
brasileira, desde o final do século XIX. O capítulo em questão propõe discutir a diversidade de
interpretações acerca da abolição, que foram elaboradas ao longo do tempo, por diversos
autores, entre eles historiadores. Essa abordagem permite compreender como o fim da
escravidão foi explicado por diversas perspectivas, as quais construíram argumentos que
enfatizaram diferentes aspectos e sujeitos desse processo. Assim, pretende-se demonstrar como
esse tema foi interpretado de variadas formas, as quais nos permitem entender como a abolição
é uma fato histórico constituído por representações e discursos distintos.
Seguindo uma ordem cronológica, começaremos com Joaquim Nabuco, um autor que
viveu no próprio contexto ao qual se refere, que enfatizava a atuação do Parlamento no
encaminhamento da libertação dos escravos, junto com Evaristo de Moraes, que ainda é
próximo temporalmente do evento analisado. Passando a contemplar a produção de
historiadores propriamente, retomaremos trabalhos, escritos na década de 1960, que
priorizaram uma vertente econômica, para explicar o fim da escravidão. Em seguida, serão
discutidos autores que, de certa forma, mantiveram alguns argumentos fundados por essa
análise econômica, mas que têm como ponto em comum a ênfase nas revoltas escravas. Por
fim, trataremos de obras mais recentes, que elegeram como base dos seus argumentos a agência
escrava, em ações judiciais que tinham por finalidade atender as reivindicações desses negros.
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