Guia de Controle de Qualidade de Produtos Cosméticos
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• Tamisação: são utilizados tamis com malhas padronizadas para especificar o tama-
nho das partículas.
• Análise granulométrica por difração a laser: utilizada para avaliar partículas de
tamanho reduzido.
11.2.7. Teste de Centrífuga
A força da gravidade atua sobre os produtos, fazendo com que suas partículas se movam
no seu interior. A centrifugação produz estresse na amostra, simulando um aumento na
força
de gravidade, aumentando a mobilidade das partículas e antecipando possíveis
instabilidades. Estas poderão ser observadas na forma de precipitação, separação de
fases, formação de sedimento compacto (caking) e coalescência, entre outras.
As amostras são centrifugadas em temperatura, tempo e velocidade padronizados. Em
seguida, procede-se à avaliação visual.
Geralmente, executa-se esse teste em estudos de estabilidade, podendo ser estendido
ao controle de processo.
11.3. Ensaios Químicos
11.3.1. Determinação Química – Análise Qualitativa e Quantitativa
A análise química é caracterizada como a aplicação de um processo ou de uma série
de processos para qualificar e/ou quantificar uma substância ou componentes de uma
mistura, ou para determinar a estrutura de compostos químicos.
Com o objetivo de facilitar a atualização e o manuseio, os métodos de ensaios são abor-
dados na Parte II (Métodos de Ensaios Analíticos – Identificação e Doseamento).
11.4. Avaliação
dos Resultados
Os resultados serão considerados satisfatórios quando as amostras apresentarem valor
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Anvisa
Cosméticos
PARTE 1
dentro da especificação estabelecida para o produto. Alguns produtos, em função do
risco que podem apresentar, têm limites estabelecidos por regulamentação específica
(RDC 215/05 ou atualização).
12. REGISTROS/RASTREABILIDADE
Os registros servem para documentar o sistema da qualidade da empresa, fornecem as
evidências de que os requisitos estão sendo atendidos e constituem a base de controle
essencial para a adequação e melhoria contínua dos processos e sistemas.
Os procedimentos de identificação,
preenchimento, organização, armazenamento, aces-
so, recuperação e controle dos registros devem ser claramente definidos e corretamente
implementados.
Os registros gerados pelo Controle de Qualidade devem permanecer arquivados e dis-
poníveis para garantir a rastreabilidade das informações.
13. DESCARTE DE MATERIAIS
Os resíduos químicos apresentam riscos potenciais de acidentes inerentes às suas pro-
priedades específicas. Devem ser consideradas todas as etapas de sua armazenagem e
descarte, com a finalidade de minimizar não só acidentes decorrentes
dos efeitos agres-
sivos imediatos (inflamabilidade, corrosividade e toxicidade), como os efeitos a longo
prazo, tais como os de teratogênese, carcinogênese e mutagênese.
Para a realização dos procedimentos adequados de descarte é importante a observância
do grau de inflamabilidade, de toxicidade e de compatibilidade entre os resíduos. Com
isso, evita-se o risco de reações indesejadas e danos ao meio ambiente.
Os resíduos, após corretamente identificados, devem ser tratados e armazenados em
recipientes próprios, se necessário, antes do descarte.
Deve ser estabelecido um programa de gerenciamento, tendo como meta a redução
da geração de resíduos. A manutenção da segregação dos resíduos, a substituição de
produtos mais perigosos por outros de menor risco, a aquisição
de quantidades corretas
de produtos, além da subcontratação de empresas terceirizadas para o recolhimento e
a incineração dos resíduos ou reciclagem são itens importantes, que devem ser consi-
derados neste programa.
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É importante observar que o descarte de materiais deve atender os regulamentos vigentes
nos âmbitos federal, estadual e municipal.
14. LIBERAÇÃO DE PRODUTOS PARA O MERCADO
Antes
de ser liberado para o mercado, todo lote de produto fabricado deve ser apro-
vado pelo Controle de Qualidade, conforme as especificações estabelecidas e mediante
processo claramente definido e documentado. Somente o Controle de Qualidade tem
autoridade para liberar um produto acabado.
15. AMOSTRAS DE RETENÇÃO
Também chamadas de Amostras de Referência Futura, são as amostras do produto
acabado que são retidas em material de embalagem original ou equivalente ao mate-
rial de embalagem de comercialização e armazenadas nas condições
especificadas, em
quantidade suficiente para permitir que sejam executadas, no mínimo, duas análises
completas.
As retenções devem ser de produtos acabados e, quando for o caso, de matérias-primas
e produtos em processo.