melhores e mais atenções do Império.
Embora não tenha tentado impedir o golpe que derrubou D. Pedro II (mesmo
que não tomasse parte nele), a corporação iria protagonizar
duas significativas
rebeliões, que ajudaram a incendiar ainda mais os primeiros e tumultuados anos
da República. Três almirantes eram os chefes mais importantes da Marinha:
Eduardo Wandenkolk, um dos raros republicanos da Armada e membro do
primeiro ministério de Deodoro; Custódio de Melo, um monarquista moderado;
e
Saldanha da Gama, também monarquista, mas, acima de tudo, um “legalista”.
Na Primeira Revolta da Armada, ocorrida em novembro de 1891, o contra-
almirante Custódio de Melo conseguiu derrubar o marechal Deodoro – o que
resultou
na posse do vice, Floriano Peixoto (que demitiu Eduardo Wandenkolk
do ministério). Na segunda Revolta da Armada, ocorrida dois anos depois, o
mesmo Custódio de Melo uniu-se a Saldanha da Gama na tentativa de depor
Floriano.
A Segunda Revolta da Armada eclodiu às onze horas da noite do dia 6 de
setembro de 1893, quando o contra-almirante Custódio de Melo fez içar, no
encouraçado
Aquidabã, o pavilhão rubro da rebelião, invocando, não
sem fina
ironia, que era preciso “restaurar o império da Constituição”. Foi acompanhado
por outros dezesseis vapores de guerra e oito mercantes – a maioria deles navios
velhos e quase imprestáveis. Os confrontos se concentraram na Baía de
Guanabara, mas os rebeldes nunca bombardearam a cidade do Rio de Janeiro,
limitando-se a trocar tiros com a Fortaleza de Santa Cruz. Ante a resistência das
forças de terra, Custódio de Melo deixou a maior
parte da esquadra sob o
comando de Saldanha da Gama e invadiu a cidade catarinense de Desterro – hoje
Florianópolis.
A PRIMEIRA REVOLTA
Foram duas as revoltas da Armada que rebentaram entre 1891 e 1893. A primeira delas, que eclodiu em
novembro de 1891, resultaria na queda do marechal Deodoro. Nada mais natural, afinal, embora o líder da
revolta fosse o almirante Custódio de Melo um dos principais articuladores do movimento fora Eduardo
Wandenkolk, que havia sido candidato a vice na chapa de Deodoro, perdera a eleição para Floriano mas
tinha se tornado ministro da Marinha do novo governo. Só que Wandenkolk se demitiu junto com todo o
ministério – e deu seu aval ao movimento liderado por Custódio de Melo. Deodoro então preferiu
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