5. Considerações finais
A formulação pode ser utilizada, entre outras
coisas, para assegurar colaboração, selecionar pontos
de intervenção e orientar o inquérito, selecionar
estratégias de intervenção e tarefas de casa, garantir a
cooperação do cliente e prever obstáculos ao
tratamento (Beck, 1997).
Uma vez estruturada a formulação, é muito
importante ressaltar que ela não está fechada. Ela será
vista e revista ao longo da terapia com o cliente, que é
convidado a comentar, avaliar, confirmar ou refutar
vários aspectos da formulação (Turkat, 1985). Ela não
deve ser considerada a verdade sobre o cliente, mas
sim uma hipótese de como as coisas funcionam para
ele. Apesar de ser uma parte importante do início da
terapia, ela não ficará em destaque no tratamento, mas
servirá sempre como suporte de toda e qualquer
intervenção durante as sessões. É importante lembrar
que o terapeuta deve preferencialmente discutir suas
hipóteses sempre com o cliente, que poderá validá-las,
ou não.
O processo de formulação de caso cognitivo-
comportamental é mais do que simples diagnóstico. É
uma compreensão do funcionamento global do
indivíduo, não somente no momento atual, mas ao
longo de sua história de desenvolvimento. É um
mapeamento de suas habilidades, sua forma específica
de organizar sua história e seu jeito de se relacionar
com as pessoas. Destacam-se, ainda, os pontos de
conflito e dificuldade para o indivíduo a serem
trabalhados na terapia e que serão posteriormente
reavaliados, tanto pelo relato verbal subjetivo do
cliente quanto pelas medidas objetivas dos
instrumentos disponíveis.
A formulação permite uma coerência nas decisões
terapêuticas. Permite que processos de mudança
realmente ocorram!
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