Abigail e Jesus
A história bíblica relatada nessa obra nos
dá um perfeito parâmetro do conflito que o
homem enfrenta com Deus. Todo o problema se
dá quando um homem nega um razoável pedido
de um rei. O pedido é que o ajude no sustento de
seus homens através de um ato voluntário de
gratidão por todo o cuidado e proteção que
diariamente dispensou a todos os seus bens. Ao
negar o pedido Nabal se rebelou e gerou grande
ira
em
Davi
quebrando
o
saudável
relacionamento entre eles. A consequência da
tolice e rebelião foi a sentença de morte de todos
os homens de sua casa.
Quando olhamos o início da criação de
todas as coisas relatada na Bíblia, mais
especificamente em Gênesis, conhecemos a
história de Davi e Nabal, porém em proporções
bem elevadas. Foi no Édem que Deus criou o
homem e diariamente o guardou, protegeu e se
relacionou de forma amorosa e especial. Ao
homem Deus entregou demandas de cuidado da
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criação e lhe fez um pedido razoável, que não se
alimentasse dos frutos de uma determinada
árvore.
O Senhor Deus colocou o homem no jardim
do Éden para cuidar dele e cultivá-lo. E o
Senhor Deus ordenou ao homem: "Coma
livremente de qualquer árvore do jardim,
mas não coma da árvore do conhecimento
do bem e do mal, porque no dia em que
dela comer, certamente você morrerá".
(Gênesis 2.15-17)
O pedido foi feito, o alerta foi dado, as
consequências foram compartilhadas, mas o
homem não foi capaz de obedecer e agir como
Nabal, rejeitando o pedido e, portanto, se
rebelando contra Deus. O resultado não foi
diferente. O homem recebeu a ira de Deus, e
como consequência de sua escolha a morte física
e espiritual de toda a sua descendência.
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A participação de Abigail na história do
conflito de sua casa é fundamental. Mesmo não
sendo a causadora do conflito ela se coloca no
meio dele para resolvê-lo, para vencê-lo. Ela se
arrisca, se doa. Com graça e humilhação entrega
a oferta que apazigua a ira do rei Davi. Sua ação
pontual e intencional faz parar a morte que desce
em direção de sua casa. Poderíamos dizer que
Abigail foi uma vencedora de conflitos. Sim
poderíamos, mas diante do conflito de
condenação eterna do homem por parte de Deus
precisaríamos de uma solução a altura, ou
melhor, de uma pessoa. A história de Abigail nos
aponta a atitude e a pessoa de Jesus. Poderíamos
dizer que ela representa em sua história a pessoa
do Cristo e o que Ele faria.
De um lado o homem e sua sentença de
morte acumulando ira contra si mesmo (Rm 2.5),
aguardando o dia do juízo. Do outro Deus,
aguardando o dia e a hora para julgar a
humanidade e a entregar o resultado de sua
escolha no Édem (At 17.31).
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mas não coma da árvore do conhecimento
do bem e do mal, porque no dia em que
dela comer, certamente você morrerá".
(Gênesis 2.17)
O homem não poderia resolver esse
problema tendo sido ele o próprio causador.
Assim como Nabal, o homem precisava de um
salvador, alguém que intervisse e parasse a mão
de destruição que descia em sua direção. Alguém
com a oferta nas mãos para pagar o preço exigido
pelo Rei de forma humilde e graciosa
apaziguando sua ira. Uma pessoa que não
medisse esforços e sacrificasse o que fosse
necessário para vencer o conflito. O homem
precisava de Jesus.
A boa notícia do evangelho é que Jesus
deixou sua glória, se lançou no meio de nosso
conflito nascendo em nosso mundo, se fez como
um
de
nós
com
o
fim
de
intervir
intencionalmente na condenação que nos
aguardava por tamanha tolice. Como Abigail,
Jesus em humilhação assumiu nossa culpa e
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pagou a oferta de obediência negada pelo
homem no Édem, e a fez doando a si próprio em
uma cruz.
Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo
Jesus, que, embora sendo Deus, não
considerou que o ser igual a Deus era algo
a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si
mesmo, vindo a ser servo, tornando-se
semelhante aos homens. E, sendo
encontrado em forma humana, humilhou-
se a si mesmo e foi obediente até à morte,
e morte de cruz! (Filipenses 2.5-8)
O rei Davi foi parado por Abigail. A paz
tomou o lugar da ira e após sua oferta pode a
mulher então voltar para casa com a vitória sobre
o conflito em suas mãos. Assim, mediante o
sacrifício de Jesus na cruz pelo homem a ira de
Deus foi apaziguada, e agora “tendo sido, pois,
justificados pela fé, temos paz com Deus, por
nosso Senhor Jesus Cristo” (Romanos 5.1). Após
sua morte que perdoou nossos pecados e sua
ressurreição que venceu a nossa morte, Cristo
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pôde novamente voltar para o Pai e assumir seu
trono de glória e majestade.
Jesus é o maior vencedor de conflitos!
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