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da Terra. E que regiões ficam nestes extremos? Ora, justamente os pólos norte e
sul. Talvez aí, supomos, esteja a origem da noção dos pólos como “extremos” da
Terra. Ela parece fundada na concepção de que a Terra possui uma orientação
privilegiada na direção norte-sul. Só que, para as professoras, em geral essa
orientação não se acha relacionada ao eixo de rotação, mas antes parece ser uma
propriedade intrínseca e absoluta da própria Terra.
Com efeito, uma unanimidade que fica bem evidente, tanto nos desenhos
do módulo 2 como nos do módulo 4, e pode ser observada nos desenhos das
figuras 26, 28 e 29 é a padronização quanto à representação das posições
relativas dos pólos norte e sul: o pólo norte sempre é representado em cima, no
topo da figura, e, o sul, embaixo, no pé da figura. Essa padronização, de fato, não
faz mais do que repetir a que se observa em quase todas as representações da
Terra, seja nos livros didáticos, seja em quaisquer outros veículos culturais.
Lembrando que várias professoras concebem a direção vertical como
absoluta, ou seja, que todos os objetos caem sempre na mesma direção, em
qualquer ponto da Terra, percebemos que esta representação padrão parece ser
freqüentemente concebida não como uma simples convenção adotada na
representação da Terra, mas sim como uma realidade absoluta, como a posição
verdadeira e correta em que os pólos (e a Terra) se encontram, como se a Terra
fosse exatamente do jeito que aparece representada
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: com os pólos alinhados na
vertical e, o equador, na horizontal.
Esse fato parece ser confirmado pelas respostas dadas ao item do módulo
3 que perguntava sobre o significado das expressões “para cima” e “para baixo”,
se um dos hemisférios da Terra ficava sempre para cima e o outro sempre para
baixo (veja apêndice B). Várias professoras responderam que essas indicações
eram relativas ao equador terrestre, que
“‘Para cima’ ou ‘para baixo’ significa para
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