2. Espaço “esconderijo”: nesta concepção, o espaço é encarado como
um lugar para onde vão os astros quando não aparecem no céu, o lugar onde
se escondem o Sol, quando é de noite, e a Lua, quando é de dia. Apenas uma
das crianças (Jos, 7 anos) apresentou esta noção. No item acerca da relação
entre o Sol e Lua já transcrevemos o trecho da entrevista em que ele manifesta
a idéia de que, de dia, a Lua não aparece porque está no espaço e, a noite, o
Sol também não aparece porque “fica onde a Lua fica de dia” (veja p.48).
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As crianças menores não cuidam muito da terceira dimensão, para elas tanto um disco como
uma esfera são “redondos” e não diferem muito.
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Sua representação de Terra, tanto com massa de modelar como no desenho (veja fig.1(a)), foi
de uma “Terra-chão” plana, com pessoas e árvores.
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Por exemplo: ele colocou todos os astros (o Sol, a Lua e as estrelas) de seu universo de isopor
exatamente acima da bola que para ele representa a Terra e acima de sua cabeça, numa
representação marcadamente realista ingênua, que reproduz exatamente a maneira como estes
astros aparecem quando estamos no chão: no alto, sobre nossas cabeças. Quando, no final da
entrevista, lhe é perguntado novamente onde fica o céu, ele fica indeciso entre apontar para o
hemisfério superior da bola por ele usada para representar a Terra (como no modelo da Terra
oca), como ele já havia feito no início da entrevista, e o teto da sala. Quando a entrevistadora o
pressiona a decidir, ele opta pelo céu que fica “lá em cima”, apontando para o alto.
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