2. Céu “semi-espaço”: o céu parece prolongar-se indefinidamente
acima do chão, ou do planeta Terra, aparentemente sem limite superior, sendo
caracterizado como ficando “no alto” e sendo o lugar onde ficam os astros,
formando assim um semi-espaço, limitado apenas inferiormente pelo chão ou
pela posição em que acha-se a Terra esférica. Nesta concepção também fica
implícita a existência de uma vertical absoluta, que indica a direção “para cima”,
ao longo da qual estende-se o céu.
Gab (7 anos), Cris (8 anos) e Thi (14 anos) dão evidências de apresentar
este tipo de concepção. Gab e Thi, embora tenham escolhido um modelo
esférico de isopor para representar a Terra, indicam que o céu fica “lá em cima”
(apontando para o teto) ou só no espaço acima do modelo da Terra. Thi, por
exemplo, imagina que podem morar pessoas na parte inferior da Terra esférica,
mas que elas só conseguem ver o céu olhando ao longo das “laterais” da Terra,
para o alto, para o espaço acima da Terra. Cris imagina a Terra como uma
“Terra dupla” e concebe todos os astros dispostos no céu de sua Terra-chão
plana, entre eles, surpreendentemente, o próprio “planeta Terra”, que ficaria “lá
em cima, no céu” bem no alto, de modo que ninguém o veria.
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