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Património industrial dos antigos coutos de Alcobaça
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António Valério
Maduro
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António Valério Maduro
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O Ideário Patrimonial, nº7//dezembro 2016// www.cta.ipt.pt
Património industrial dos antigos coutos de
Alcobaça
António Valério Maduro, Instituto Universitário da Maia, CEDTUR/CETRAD
avmaduro@gmail.com
RESUMO:
O complexo industrial monástico indissociável da arquitetura agrária e da
distribuição espacial dos frutos da terra encontra‐se soberanamente representado nas
granjas e quintas que o mosteiro explorava diretamente ou dava de foro. Assim
arrecadavam‐se os frutos de lavra própria ou de terceiros no âmbito da economia
senhorial, transformava‐se a azeitona em azeite, as uvas em vinho, os cereais em
farinha.
A instalação de unidades industriais para além de considerar a proximidade
geográfica da exploração e a facilidade de controlo por parte da instituição que exercia
o direito de monopólio, respondia, igualmente, ao critério da energia, tal situação
implicava um aproveitamento eficaz das linhas de água que sulcavam o território. A
vantagem do motor hidráulico explica que o rio Alcoa, o único curso de água de regime
permanente, recebesse os principais assentamentos industriais. Mas nem todas as
unidades podiam beneficiar da força das águas, nomeadamente os lagares que
estavam adstritos aos olivais que enfeitam a charneca serrana e cuja força motriz
dependia do gado de canga.
Entre os finais do século XIX e as primeiras décadas do século XX assiste‐se ao
abandono e destruição deste património industrial, em virtude da natural
obsolescência tecnológica ou da tomada do seu espaço de implantação por outras
indústrias.
Temos como objetivo da presente comunicação analisar algum deste
património que se filia na arqueologia industrial em articulação com o espaço e tela
agrária que lhe servia de referente. Pretendemos ainda suscitar interesse a uma visita
a este património ameaçado, dar‐lhe visibilidade e, eventualmente, contribuir para a
sua ulterior qualificação.