Esta palavra de Jesus foi-nos transmitida por Mateus num contexto no qual Jesus pronuncia-se contra a hipocrisia de quem usava a religiao para obter privilégios e gloria Mt 5,45), chamados a
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1 Ao longo do documento usaremos preferencialmente o termo proposto na Exor taçao Apost61ica
Vita consecrata n.
60: «o religioso irméio» ou, simplemente,
«o irméio11. Quando for possivel utilizaremos o termo correspondente no plural, pois o irmao s6 é irmao em meio aos
irméios, no contexto da fraternidade, nunca solitario. Ser irmao irnplica sempre uma relaçao, e é esta relaçao que gueremos sublinhar.
2 Cf. JOÀO PAULO II, Exortaçao Apost6lica p6s-sinodal
Vita consecrata (25 de março de 1996), 60.
3
formar uma fraternidade universal em Cristo, o primogênito de muitos irmaos (cf. Rom 8,29).
Embora este Documento fale diretamente da vida e da missao do religioso irmao, estamos plenamente conscientes que muitas das ques toes agui tratadas, tais como a participaçao no mistério da comunhao e da fraternidade eclesial ou o papel profético de testemunho e serviço, sao aplicaveis tanto para a vida e a missao dos religiosos irmaos como para a vida e missao das mulheres consagradas.
0 religioso irmao e as religiosas, corn a sua participaçao no misté rio salvador de Cristo e da Igreja, sao mem6ria permanente para todo o povo cristao da importância do dom total de si mesmo a Deus e de que a missao da Igreja, respeitando as diferentes vocaçoes e ministérios no seu interior, é tinica e compartilhada por todos. Apesar disso, cons tatamos que, nem sempre, a vocaçao do religioso irmao e, consequente mente, das religiosas, é bem compreendida e valorizada dentro da Igreja. A reflexao que agui oferecemos, nasceu para a judar apreciar a ri queza das diversas vocaçoes, especialmente no seio da vida consagrada masculina e corn a finalidade de trazer luz sobre a identidade do religio
so irmao e sobre o valor e a necessidade
Os destinatdrios
Os irmaos ou religiosos leigos, hoje, sao a quinta parte do total de homens religiosos na Igreja. Alguns pertencem a Institutos clericais; outros a Institutos mistos. Outros estao integrados em Institutos leigos, também chamados de Institutos Religiosos de Irmaos,3 cujos membros sao todos, ou a maioria, religiosos leigos. A todos eles se dirige esta reflexao, corn o desejo de que sirva para consolida-los em sua vocaçao.
Dadas as semelhanças entre a vocaçao religiosa feminina e a do reli gioso irmao, o que é dito agui sera facilmente aplicavel para as religiosas.
3 Esta ultima é a denominaçào proposta pelo Sinodo sobre a Vida Consagrada (outu bro de 1994) e encontrada na Exortaçào Apost6lica
Vita consecrata n. 60.
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Este documento é dirigido também aos leigos, aos sacerdotes re ligiosos, aos sacerdotes diocesanos, aos Bispos e a todos aqueles que desejam conhecer, apreciar e promover a vocaçao do religioso irmao na Igreja.
Um marco referencialpara a nossa rejlexao
A Exortaçao Apost6lica Vita consecrata, de Sao Joao Paulo II, ser ve como um marco de referência para nossa reflexao sobre o religioso irmao e a ela nos remetemos para todas as caracteristicas gerais da vida consagrada, que compoem a sua identidade. Limitamo-nos a propor agui o que é mais especifico ou peculiar 4
Muitas caracteristicas identificadas anteriormente como pr6prias, corn uma certa exclusividade da vida consagrada, sao hoje consideradas como pertencentes ao tesouro comum da Igreja e propostas a todos os fiéis. Os religiosos hoje tem o desafio de reconhecer que, embora sendo comum a todos, eles as vivem de um modo particular, tornando-se as sim em sinal para todos.
Apresentamos, primeiramente, os religiosos irmaos dentro da Igreja-Comunhao, como parte do tinico Povo dos convocados, nele eles sao chamados a irradiar a riqueza da sua vocaçao pr6pria.
Em continuaçao, e seguindo as três dimensoes corn as quais a Igre ja-Comunhao se apresenta a si mesma,
5 desenvolveremos a identidade
4 ] OÀO PAULO II, Exortaçào Apost6lica p6s sinodal
Christifideles laici (30 de dezembro 1998) 19: « Esta é
a ideia central que, no Concilio Vaticano II, a Igreja voltou a propor de si mesma [. . .] A eclesiologia da comunhào é a ideia central e fundamental dos documentos do Concilio ».
5 Cf.
Chnstifideles laici, 8; 19; 32.
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