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ANÕES DE JARDIM, OBJETOS DO MAL E O LUGAR DE NÃO-COLEÇÕES
Marize Malta / Universidade Federal do Rio de Janeiro
Simpósio 1- A arte compartilhada: coleções, acervos e conexões com a história da arte
despertar mais curiosidades do que as presenças. E os anões de jardim se
colocam como presenças ausentes, incapazes de protagonizarem coleções de
arte, mas recorrentes nos jardins.
Por outro lado, se pensarmos nos museus como lugares que desnaturalizam
(ou re-naturalizam), higienizam e isolam os objetos do mundo vivido
(GEKOSKI, p.208-209), retirando-os de suas paisagens originais, os anões
estariam em melhor lugar nos jardins, mesmo permanecendo interditados de
entrarem nos interiores das casas, incapazes de voltarem ao seu lugar de
origem, impedidos de comporem coleções de arte e de serem incorporados a
acervos de museu. Nos jardins, eles continuam felizes e, cá pra nós,
duvidamos que queiram sair de lá. Assim, para sairmos do lugar comum da
história da arte, talvez tenhamos que considerar coleções e não-coleções para
além dos museus e olhar mais para outros lugares, como os jardins, e encarnar
outras posições, como as dos anões nos jardins.
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