somos desde o berço e estamos presos a isso.
Nossa função nesta vida não é nos moldarmos segundo
algum ideal que
imaginamos que deveríamos ser, mas descobrirmos quem já somos e nos
tornarmos esta pessoa.
Se nascemos para pintar, devemos nos tornar pintores.
Se nascemos para criar e educar filhos, devemos nos tornar mães.
Se nascemos para pôr um fim à ordem de ignorância e injustiça no
mundo, devemos perceber isso e lançar mãos à obra.
TERRITÓRIO VERSUS HIERARQUIA
No reino animal, os indivíduos se definem
em um dos dois modos a
seguir: por sua posição em uma hierarquia (uma galinha em sua
pecking
order a ordem de ciscar das galinhas —, um lobo numa alcatéia, etc.) ou por
sua ligação a um território (a terra natal, uma região de caça, uma área de
atuação ou influência).
É assim que os indivíduos — tanto os seres humanos quanto os animais
— alcançam a segurança psicológica. Sabem onde pisam.
O mundo faz
sentido.
Das duas orientações, a hierárquica parece ser a padrão. É a que surge
automaticamente quando somos crianças. Naturalmente,
nos reunimos em
bandos e facções; sem pensar a respeito, nós sabemos quem é o chefão e
quem é o oprimido. E sabemos nosso próprio lugar. Nós nos definimos ao
que
parece instintivamente, pela nossa posição dentro da escola, da gangue,
do clube.
Somente
mais tarde na vida, em geral após uma severa educação na
universidade dos golpes duros, é que começamos a explorar a alternativa
territorial.
Para alguns de nós, isso salva nossas vidas.