NEARCO – Revista Eletrônica de Antiguidade
2014, Ano VII, Número I – ISSN 1972-9713
Núcleo de Estudos da Antiguidade
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
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Dinastia. Representando o hieróglifo hetep, a mesa, mostrada em desenho de linha na
figura 4, apresenta 34 cartuchos, distribuídos na parte superior e nas laterais da mesa,
com nomes de 16
reis das dinastias XVII, XVIII e XIX, e de duas rainhas: Ahmés-
Nefertari, esposa de Ahmés, e Aahotep, esposa de Amenhotep I (
NELSON & PIÈRINI,
1978,
60). Tal como as representações
nas tumbas, esta mesa de oferendas
possivelmente esteja relacionada também ao período de
instabilidade pelo qual o
Egito passava no final do Reino Novo, e tanto uma quanto
as outras teriam sido
confeccionadas como uma tentativa simbólica de garantir a preservação da
monarquia.
Segundo Ian Shaw (2000, 08), as listas reais, além de estarem relacionadas ao
culto dos ancestrais, estão ligadas à história, sendo o passado nelas representado uma
combinação do geral e do individual. A constância e a universalidade da monarquia – o
geral – são celebradas ao listar-se indivíduos específicos que portaram uma titulatura
real – o individual. Este conflito entre o geral e o particular, então, é
um fator
importante na cronologia e na história egípcia, pois os textos e artefatos que formam
as bases para tal história, tal como os discutidos ao longo deste artigo,
geralmente
contêm informações tanto gerais (mitológicas ou ritualísticas) como individuais
(históricas).
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