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JARDINS HISTÓRICOS
panorama profícuo dos ornatos artísticos que compõem os jardins, que segundo a autora poderiam se
interpretados como peças chaves para dimensionar a composição desses espaços e suas relações com
o estilo rococó no Brasil. Os jardineiros ganham destaque no campo da gestão, mas especificamente na
manutenção de jardins através das questões trazidas pela Prof
a
. Dr
a
.
Ana Rita Sá Carneiro e seu grupo de
pesquisadores do Laboratório da Paisagem, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo – UFPE. O texto
trata da importância desta profissão para a manutenção de um jardim histórico moderno considerando
seus aspectos botânicos e as práticas fundamentais da jardinagem. Operários de cantaria, jardineiros,
construtores ou simples artífices de cimento e do cal na arte da invenção de mobiliários de jardim surge
através do trabalho de
Francislei Silva, quando o mesmo descreve a criatividade artística de Chico Cascateiro
através
das grutas, fontes e esguichos construídos em jardins.
Ainda sob a perspectiva do segundo eixo temático,
Marcia Gálvez e Claudia Carvalho, discutem
a conservação do jardim histórico em termos conceituais ao buscar como referência o projeto de
revitalização e restauração do jardim da Casa de Rui Barbosa. Em um retorno ao século XIX
Alejandra
Saladino, André Ângulo e
Carlos Xavier revisitam os jardins do Museu da República e discutem ações
de preservação e valorização desse importante jardim histórico carioca. Fechando esta sessão a
pesquisadora
Aline Silva desenha um panorama paisagístico resumido do Nordeste ao remonta a história
dos jardins públicos em cidades como Recife, Fortaleza e João Pessoa no final do século XIX. O texto
revela especificidades regionais de um Brasil pouco explorado pela literatura científica desse campo
de pesquisa, em especial, quando descreve a inserção de espaços livres públicos como praças, largos,
boulevares e jardins e redimensiona suas características a partir de fontes europeias, norte-americanas
e nacionais. A linha analítica definida pela autora cria um texto original para as pesquisas de jardins
históricos, sobretudo, quando questiona padrões classificatórios pensados para criar uma visão linear
da história dos jardins do Brasil que não somente não se sustenta devido a pluralidade ideológica que
definiu a produção de espaços paisagísticos no país e sobretudo, devido aos hibridismos que os modelos
externos sofreram em solo nacional, criando ramificações que necessariamente não se inscrevem ao
jogo de classificações morfológicas e tipológicas.
O último eixo temático é dedica ao estudo das tecnologias aplicadas a manutenção e a preservação
do patrimônio paisagístico. Aqui a tecnologia contemporânea é utilizada para que essa manutenção seja
aliada ao prescrito nesse artigo. O ensaio inicial de autoria de
Sonia Berjman e seus pesquisadores aponta
os desafios da gestão e conservação em um jardim centenário – o
Rosedal de Buenos Aires. O texto