se olhar no espelho. — Ele pegou um par de pinças e posicionou a última
engrenagem na caixa de música. Com um clique, ela se encaixou no lugar.
— É linda — comentou Bela ao ouvir a música.
Ela ergueu o olhar, que se
deteve no retrato pendurado no topo da oficina de seu pai. Mostrava a mesma
imagem retratada dentro da nova caixa de música: a mulher segurando a criança
e o chocalho de rosa era sua mãe, e o bebê era Bela. Era a única imagem da mãe
que a jovem conhecia. — Acho que ela teria amado — acrescentou com doçura.
Mas seu pai não a ouviu. Ele estava mais uma
vez perdido no mundo de suas
caixas de música. Bela sabia que falar mais sobre sua mãe o deixaria triste.
Então ela se virou e voltou às escadas. Ela amava tanto o pai que não queria lhe
causar mais dor ou sofrimento do que ele já havia sentido na vida. Mas às vezes
se perguntava se havia chances de algo mudar o destino que eles seguiam tão
firmemente juntos.