hipótese silábico-alfabética:
a criança começa a perceber que uma única letra não é
suficiente para registrar as sílabas e recorre, simultaneamente, às hipóteses silábica e
alfabética, isto é, ora usa apenas uma letra para notar as sílabas orais das palavras, ora
utiliza mais de uma letra, estabelecendo relação entre fonema e grafema;
•
hipótese alfabética:
a criança compreende que se escreve com base em uma
correspondência entre sons menores que as sílabas (fonemas) e grafemas. Nesta hipótese,
o aprendiz passa a compreender que, para cada som pronunciado, é necessário uma ou
mais letras para notá-lo, mesmo que, inicialmente, ainda não tenha se apropriado de
muitíssimos casos de regularidade e irregularidade da norma ortográfica.
O conhecimento das hipóteses de escrita
pelas quais passam as crianças para a
construção de uma escrita alfabética serve-
-nos para refletir acerca das possibilidades
de intervenção didática, visando à
compreensão daquele sistema. No entanto,
a perspectiva de uma evolução por estágios
fixos e lineares, que seriam universalmente
seguidos por todas as crianças, parece
Exemplos de
escrita de crianças
com diferentes
hipóteses de
escrita ilustram
as discussões
no caderno da
unidade 3, ano 1.
apresentar algumas limitações quando
interpretamos as escritas infantis. Muitas
vezes, por não apresentarem, numa
mesma situação, estabilidade em relação
aos conhecimentos que revelam ao notar
as palavras, torna-se inviável categorizar
as escritas infantis como pertencentes a
um único estágio (MORAIS, 2012). Por
isso, reconhecer os conhecimentos que os
unidade 03
09
alunos já construíram ou não sobre a escrita
alfabética parece ser mais relevante que
apenas classificar as escritas infantis em um
dos níveis da teoria psicogenética.
Entender como o aluno está concebendo o
que a escrita representa e de que maneira
o faz colabora no planejamento de ativida-
des e de intervenções que o impulsione à
reflexão sobre o funcionamento da notação
alfabética. Em particular, é necessário
pensar em situações para a análise das re-
lações entre partes sonoras das palavras e
suas respectivas notações gráficas. É o que
passaremos a expor na próxima seção.
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