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3. Altitude
A partir de 1.500 m de altitude a densidade do ar começa a influenciar na
performance e no conforto das pessoas não aclimatadas com o ar rarefeito da
montanha. A saúde também pode ser seriamente afetada quando não se está
acostumado às condições
da altitude, principalmente durante a realização de
esforços físicos mais intensos. Isto inclui desde tontura, efeitos neuropsicoló-
gicos, até a perda das funções mentais, além da inabilidade de realizar tarefas
físicas aparentemente simples e que podem comprometer a sobrevivência.
Uma das primeiras
respostas do organismo, quando exposto à altitude, é
o aumento da ventilação pulmonar, tentando compensar a baixa concentração
de oxigênio (O
2
) no ar inspirado. A frequência cardíaca também aumenta,
tanto em repouso como em exercício. Estas adaptações,
entretanto, não são
suficientes para manter a capacidade individual para realizar esforços físicos
acima de 1.500 m de altitude. A partir desta altura, a cada 1.000 m que se
sobe, ocorre uma perda equivalente a 10% do consumo máximo de oxigênio
(VO
2
max), tornando as atividades “bem mais intensas” do que seriam ao nível
do mar. Isto tem particular importância para montanhistas, sempre buscando
atingir locais mais altos e inacessíveis.
Quando os jogadores de futebol (ou atletas de outras modalidades) têm
que disputar jogos em grande altitude (na cidade do México
ou em La Paz,
por exemplo), dois procedimentos podem ser seguidos: (a) chegar na cidade
poucas horas antes do jogo, minimizando
os efeitos da altitude; ou (b) viajar
vários dias antes, para permitir a aclimatação às condições do ar rarefeito. A
adaptação inclui a produção natural de mais glóbulos vermelhos (hemácias),
responsáveis pelo transporte de oxigênio no sangue. Outros ajustes ventilató-
rios e circulatórios também ocorrem, geralmente
depois de duas semanas de
exposição à altitude.
Altitudes entre 2.000 e 2.500 m parecem ser ideais para o treinamento
de atletas (
altitude training), visando adaptações
no sistema de transporte
de oxigênio, tanto para reduzir os efeitos deletérios quando competindo em
altitude ou para ter “vantagens” fisiológicas quando retornam para competir
no nível do mar. Estas adaptações permanecem enquanto se está
na altitude
ou por algumas semanas, após retornar para o nível do mar.