PESQUISA FAPESP 130
As sequóias californianas absorvem água da neblina pelos estômatos
clui. Em um trabalho anterior com feijão, publicado na
revista Genome em 2005, ela observou que genes ligados
à fotossíntese reduzem sua atividade quando as plantas
são atacadas por algum agente infeccioso. Esses resulta-
dos indicam que o fechamento dos estômatos não é um
fenômeno isolado, mas parte de um sistema que coorde-
na as funções vitais da planta com sua defesa.
Feita a descoberta em Arabidopsis, é preciso demonstrar
que o mesmo vale para outros sistemas. O uso de modelos
biológicos, como Arabidopsis para plantas, ratos de labo-
ratório para mamíferos ou drosófilas para insetos, permi-
te um avanço mais rápido da pesquisa. Após descobrir um
mecanismo em uma dessas espécies, é possível direcionar
os estudos em busca de propriedades específicas de outros
organismos. Maeli examinou também tomateiros e plantas
de tabaco, que apresentaram a mesmo tipo de resposta.
Por enquanto, o grupo da Universidade de Michigan
vai investir em compreender melhor o mecanismo que
descobriu. “Pretendemos estudar com maior detalhe os
componentes moleculares envolvidos na defesa estoma-
tal e como a coronatina age para desarmá-la. Queremos
também entender se essa defesa é efetiva contra outras
bactérias patogênicas que entram na folha, principalmen-
te pelo estômato”, diz Maeli.
Em uma floresta tropical as folhas abrigam uma imen-
sa diversidade de microorganismos (até 600 espécies nu-
ma única folha) e processos complexos de interação (ve-
ja edição de julho deste ano de Pesquisa FAPESP). O mun-
do das folhas chega a ter um nome entre os especialistas,
filosfera. Ainda há muito a desbravar nesse universo.
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M
A R I A
G
U I M A R Ã E S
ADELINE F
ABRE E T
ODD D
A
W
S
ON/UC BERKELE
Y
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