A ONÇA E O RAIO
Os índios taulipangs, habitantes do extrem o norte do Brasil, contam a lenda
a seguir.
Certa feita, a onça passeava pela m ata quando encontrou o raio a fabricar
um porrete. A onça não conhecia bem o raio, pois nunca tinha visto um em terra,
m uito m enos a fabricar porretes, e por isso im aginou que se tratava de algum
anim al.
Então ela com eçou a pisar m acio e, depois de dar a volta, sem ser vista,
pulou sobre o raio.
O raio, porém , escapou com um pulo veloz, sem sofrer nada.
A onça, desapontada, indagou:
– Quem é você?
– Sou o raio, não vê?
– Você é m uito forte, não é?
– Está enganada, não sou nada forte.
Ao escutar isso, a onça inflou o peito e engrossou a voz.
– Pois eu sou o anim al m ais forte destas m atas! Quando estou furiosa, não
sobra nada inteiro!
Então, para dem onstrar a sua força, a onça trepou num a árvore enorm e e
com eçou a devastar tudo, quebrando um por um dos galhos. Depois, desceu para
o solo e com eçou a escavá-lo, atirando para cim a tufos de relva e de terra até
estar tudo revirado, com o se um tatu doido tivesse passado por ali.
– Muito bem , que achou disso? – disse a onça, arfante.
O raio escutou, m as não disse nada.
– Vam os, quero vê-lo fazer algo parecido! – desafiou a onça.
– Com o poderia, se não tenho a sua força? – disse o raio, afinal.
Inflada ainda m ais pela confissão do raio, a onça entregou-se a nova
dem onstração de força, revolvendo tudo outra vez até ter aberto um a clareira na
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