MAPING UARI
Cria do Am azonas, o Mapinguari é um dos m onstros m ais originais da
nossa extravagante galeria. As descrições acerca dele variam m uito pouco de
autor para autor, de m odo que podem os traçar um quadro razoavelm ente seguro
das suas exorbitâncias físicas.
Sua form a básica parece ser a de um grande m acaco. Um m acaco
naturalm ente peludo, m as não inteiram ente, j á que ele não possui pelo algum na
região do um bigo. Este, aliás, é o seu calcanhar de Aquiles, pois um Mapinguari
só pode ser m orto se for atingido nesse local.
Logo acim a do um bigo, m ais exatam ente na altura do estôm ago, fica a sua
boca. Para fechar o quadro das descrições, é preciso dizer, ainda, que ele possui
um par de cascos de burro voltados para trás. (Daí a origem do seu nom e
indígena Mapinguari, ou sej a, “aquele que tem os pés virados”.)
Quanto às refeições, o Mapinguari costum a fazê-las durante o dia,
preferencialm ente por ocasião do pôr do sol. Antes, porém , que caiam os na
tentação de enxergar aqui algum lirism o ecológico – a criatura genuinamente
nacional a devorar o seu honesto repasto à luz do deslumbrante crepúsculo
amazônico –, saibam os desde j á que nós, seres hum anos, som os o seu prato
predileto.
Um detalhe im portante: o Mapinguari só com e a cabeça das pessoas.
Os antropólogos não descartam a possibilidade de haver aqui algum
sim bolism o psicológico ancestral do tipo “aí está o que acontece quando o suj eito
vira bicho e perde a cabeça” –, m as o m ais provável m esm o é que o Mapinguari
sim plesm ente goste de com er cérebro.
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