LOBISOMEM
O Lobisom em dispensa m aiores apresentações. Não há quem não o
conheça das suas terrificantes aparições cinem atográficas ou literárias: o hom em
transform ado em lobo que, nas noites de lua cheia, sai para abastecer-se da sua
ração regular de sangue hum ano.
Há, contudo, alguns detalhes curiosos que poucos conhecem .
Por exem plo: que o caçula de um a fam ília de sete filhos hom ens será,
infalivelm ente, um lobisom em , assim com o a sétim a filha de sete irm ãs está
fadada a ser bruxa. Diz-se, tam bém , que ao sofrer o desencanto, bem na hora
em que o galo canta, o hom em -lobo pode deixar definitivam ente de ser lobo,
bastando que algum coraj oso tire, nesta hora m ágica, um pouco do seu sangue.
O Lobisom em , na verdade, é um ser im portado das regiões europeias onde
o lobo, m uito m ais do que aqui, abunda por todas as florestas. (Não se conhece
nas nossas lendas indígenas algum silvícola que, nas noites de lua cheia, tenha
virado lobo para ir saciar a sua sede de sangue hum ano.)
Enquanto não vira lobo, ele se apresenta sem pre com o aspecto de um
hom em m agérrim o, de tez am arelada e aspecto doentio.
Às vezes, nos fundões do Brasil, o nosso caipira troca o lobo pelo porco,
m ais brasileiro. No “Inquérito do Saci” prom ovido por Monteiro Lobato, em
1917, há o depoim ento de um senhor que j ura ter visto um hom em transform ar-
se em um porco “calçado de botinas” e sair por aí a com er sabão e lam ber
tachos de gordura. Ainda assim , o depoente persiste em cham á-lo de
Lobisom em .
Não existe m ulher-lobisom em . O m áxim o que se conseguiu, nesse sentido,
foram aproxim ações inócuas, com o a Mula sem Cabeça ou a Cachorra da
Palm eira.
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